01. Mun 02. Distrito: 03. Designação: 04. Outras Designações: 05. Condição Atual: 06. Epoca em que ocorre: 07. Lugar em que ocorre: 08. Executante: 09. Como é Conhecido: Data de Nascimento: Sexo: 10. Endereço/Telefone: 11. Ocupação: 12. Naturalidade: 13. Relação do Executante com o Bem: 14. Motivação do Inventário: MG vigente/integro IMA-01 EX. 2017 Teófilo Otoni Sede Produção memória descaracterizada Desde século XIX ao atual Mercado Municipal e bares de Teófilo Otoni Não se aplica Não se aplica Não se aplica Açogueiros e donos de bares Teófilo Otoni mestre aprendiz produtor vendedor público executante outro Um dos fatores culturais que definem uma das principais identidades culinárias do Vale do Mucuri é o processo de serenar a carne com a salga e a desidratação. Como par perfeito desta iguaria aparece à mandioca ou macaxeira. E para preservar estas tradições se destacam alguns apaixonados - que pelo amor ao oficio e pela responsabilidade com os clientes se tornaram verdadeiras lendas na região. No terroir do Mucuri, quem se esmera no preparo da carne de sol, no Mercado Municipal, são os mais de cinqüenta açougueiros ali estabelecidos, entre eles o mais antigo em atividade, Sinval Guimarães, na lida com carne há mais de setenta anos. Já a carne preparada no fogão o destaque são dois mestres cozinheiros que se tornaram marca registrada entre os clientes da terra e aqueles de fora em visita à cidade. Um é Gilson da Feira da Bela Vista com mais de vinte e cinco anos de tradição, o outro é Gilvan da Macaxeira, exímios chefes da culinária regional do Mucuri. 15. Histórico: ८८ uma "O fato é que o comer, a comida e os alimentos formam um código complexo verdadeira boca rica social - que nos permite compreender como é que a sociedade brasileira se funde enquanto tal. A comida vale tanto para indicar uma operação universal o ato de alimentar-se - quanto para definir e marcar identidades pessoais e grupais, estilos regionais e nacionais de ser, fazer, estar (DAMATTA:1984) PRO II - INVENTARIO DO ACERVO CULTURAL e viver." DAOLODIA EXERCÍCIO 2017 PREFEITURA E SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO "Carne do Ceará. Também chamada de charque ou jabá. Do século XVII em diante, foi indústria comum na região das salinas do Rio Grande do Norte e Ceará. A carne de boi, aberta em mantas e posta em salmoura, secava ao sol, sendo vendida em todo Norte. O vocabulo "charque" e quichua (ch'arqui)" (CASCUDO: 2002) Tendo em vista que a culinária é aspecto intrínseco à cultura, este projeto justifica-se na medida em que propõe a valorização da Carne de Sol, presente desde a origem do Vale do Mucuri, ocupado no século XIX pelo político e empresário TheophiloBenedictoOttoni na implantação da Cia de Commercio e Navegação do Mucury, e posteriormente pela Estrada de Ferro Bahia e Minas. Desde a sua origem, o Mucuri tem aspectos únicos na sua composição étnica: "Vieram então pessoas provenientes dos mais variados lugares, indios (naturais da terra), alemães, libaneses, chineses, escravos, belgas, baianos, mineiros, paulistas, etc., para a formação da população e mão-de-obra: senhores, escravos, ricos, pobres, peões, engenheiros, como formadores do Vale do Mucuri.”(BENTO: 2006) A Carne de Sol tem um papel muito importante na cultura, culinária e economia de Teófilo Otoni. É um dos mais antigos e preferidos alimentos da culinária do Mucuri. Quando da colonização do Vale, no século XIX, já se fazia a salga da carne que não seria consumida após o abate de um bovino. Relatórios da Cia de Navegação do Mucuri registram o volume de Carne de Sol transportado via Estrada de Rodagem Santa Clara. Os mais antigos moradores da cidade ainda se lembram do antigo nome da Rua Victor Renault e arredores, Rasta Couro, pois nas imediações existia uma charqueada que operou até meados dos anos cinqüenta. Uma das estações da antiga Estrada de Ferro Bahia Minas, a cerca de cem quilômetros de Teófilo Otoni, se chamava Charqueada, também alusiva a salga da carne naquela comunidade. A Carne de Sol aqui elaborada, sempre se caracterizou como uma carne deliciosamente marcante, por conta de uma combinação ideal de temperatura, luminosidade e umidade - o terroir - responsável pelas características do produto artesanal. A Carne de Sol é um produto essencial no principal prato da culinária local, a "Macaxeira" que diferentemente do Nordeste, onde é puramente a mandioca, em Teófilo Otoni é a Carne de Sol com mandioca cozida na manteiga de garrafa ou frita. Diferencia-se em cada região, pelo seu saber-fazer, pois que há especificidades de sabores entre as localidades produtoras. A principal iguaria da culinária regional, a Carne de Sol, apreciada até pelos turistas de fora do Brasil que nos visitam, por ocasião da Feira Internacional de Pedras Preciosas, motiva também, muitos visitantes com destino à Bahia a fazer uma parada na nossa cidade. Outro grande evento, de valorização da Carne de Sol de Teófilo Otoni tem atraído turistas de todo o Brasil, é o Festival da Carne de Sol, realizado desde 2013, que acontece no primeiro fim de semana de dezembro, no Mercado Municipal. No primeiro piso onde está localizada a seção de açougues do mercado acontece a Feira de Carne de Sol in natura, nas suas mais diversas modalidades e classificações e no segundo pavimento onde funciona uma Praça de Alimentação, com apresentações artísticas, a Carne de Sol é disponibilizada nas mais diversas modalidades de preparo pelos bares e restaurantes. A Prefeitura de Teófilo Otoni, por meio da Casa de Cultura apresenta esta proposta de tombamento da Carne de Sol de Teófilo Otoni. 16. Biografia do Executante: Não se aplica. 17. Descrição: 1. A matéria-prima: Após a obtenção das carcaças procede-se a desossa para a separação dos cortes. Os salgadores sempre utilizam os cortes do quarto traseiro para a elaboração do produto. Os cortes ou postas mais utilizados são: o coxão mole, também chamado de chã de dentro, o coxão duro, conhecido como chã de fora, o patinho, a alcatra e o lombo. Após a separação dos cortes cárneos, estes são adelgaçados em mantas de três a quatro centímetros de espessura, que posteriormente sofrem cortes penetrantes com distâncias e profundidades variáveis conforme a espessura. Este procedimento tem a finalidade de facilitar a penetração do sal durante o processo de salga. 2. O processo da salga seca: A salga a seco consiste ou no friccionamento do sal nas superfícies das peças ou na simples deposição sobre elas. Para a elaboração da carne-de-sol, adota-se o friccionamento utilizando-se as mãos como instrumento, onde os salgadores procuram distribuir o sal de maneira uniforme. Esse procedimento facilita a penetração do sal nos cortes realizados sobre as mantas. Uma vez salgadas, as mantas são empilhadas sobre um estrado de madeira colocado sobre uma caixa plástica destinada a recolher o exsudato, sob a forma de salmoura, que extravasa destas pilhas. Este líquido é vulgarmente chamado de "purga". Durante o empilhamento das mantas, a parte com a porção gordurosa (face externa da carcaça) é sempre voltada para baixo. Após seis horas, é feito o “tombamento”, que consiste na virada das mantas, onde desta vez a porção cárnea fica voltada para baixo. As TURAI TROA OG DIRA EXERCÍCIO 2017