História de Bom Despacho
Fundada em , a cidade que faz parte da Microrregião de Bom Despacho, na mesorregião do Central Mineiras, Bom Despacho tem um total de 1208.24 km², com uma população de 51737 habitantes, divididos entre o distrito-sede, e o distrito de Engenho do Ribeiro, sendo um município , fazendo divisa com os municípios de , sendo os nascentes na cidade chamados de .

Bom Despacho-MG
Fundada em , a cidade que faz parte da Microrregião de Bom Despacho, na mesorregião do Central Mineiras, Bom Despacho tem um total de 1208.24 km², com uma população de 51737 habitantes, divididos entre o distrito-sede, e o distrito de Engenho do Ribeiro, sendo um município , fazendo divisa com os municípios de , sendo os nascentes na cidade chamados de .
História de Bom Despacho
A história de Bom Despacho remonta aos tempos do Brasil colonial, onde a vasta região da capitania de Minas Gerais era, em grande parte, coberta por densas florestas. Local de desbravamento pelos bandeirantes, o território, de acordo com indícios arqueológicos, foi habitado originalmente por índios cataguás.
A região foi ocupada por portugueses e luso-brasileiros nos fins do século XVI. Entre os primitivos exploradores, podem ser citados: Sebastião Marinho (1592); o capitão-mor João Pereira de Souza Botafogo (1596); Afonso Sardinha e João de Prado (1594 a 1599); e Félix Jaques (1616). Nos tempos das bandeiras, Minas foi explorada através de várias incursões, motivadas pelo aprisionamento de indígenas, pela necessidade de mapeamento ou pela busca de ouro, metais e pedras preciosas.
Todavia, nenhuma dessas incursões resultaram no povoamento do território, que só deu indícios no século XVII, quando bandeirantes paulistas descobriram minas de ouro no Vale do Tripuí e a região recebeu grande quantidade de pessoas. Neste período, a extração aurífera oferecia rápida possibilidade de enriquecimento. Assim, o forte contingente populacional que afluiu para a região contribuiu para a formação de vários centros urbanos, entre eles, Ouro Preto, Sabará, Diamantina e Pitangui, vila próxima a região onde hoje situa-se Bom Despacho.
Os primeiros achados de ouro em Pitangui compreendem os anos 1694 a 1702, quando milhares de pessoas se dirigiram para a localidade. Em poucos anos, Pitangui tornaria-se Vila de Nossa Senhora da Piedade de Pitangui, centro difusor das incursões e povoamentos do Alto São Francisco.
Uma comitiva liderada por Antônio Rodrigues Velho – conhecido como Velho da Taipa, um dos fundadores de Pitangui, José de Campos Bicudo e Gervásio de Campos Bicudo, resultou na exploração de grande parte das terras onde hoje se localiza Bom Despacho. Ao que tudo indica, através de uma carta de sesmaria, datada de 1715, Gervásio, minerador e sertanista, foi o primeiro a possuir o título destas terras. No entanto, embora não tendo encontrado documentos que indiquem a história dessa sesmaria, sabe-se que Gervásio retornou à São Paulo, sua cidade, por volta de 1725 e as terras tornaram-se devolutas.
A título de curiosidade, um dos companheiros de entradas do Velho da Taipa era Manoel Picão Camacho, figura que se encontra presente nas crônicas e contos que relatam as origens de Bom Despacho. Apesar de sua presença na região, e um rio próximo ter sido denominado com seu nome, Picão Camacho – também conhecido como Picão Camargo – não fixou residência na região, nem foi um dos primeiros exploradores a andar nas terras de Bom Despacho, como já se acreditou segundo a tradição oral.
Em 1736, Gomes Freire de Andrade, governador da capitania de Minas, promoveu o povoamento do oeste mineiro, autorizando a formação de duas bandeiras particulares para invadir o quilombo de Campo Grande, localizado no atual Centro-Oeste de Minas. A partir disto, vários caminhos foram abertos ao redor do território e, em 1737, sesmarias foram concedidas a capitães donatários, iniciando o povoamento da região.
Ademais na segunda metade do século XVIII, a economia de Minas entrou numa nova fase. Com o declínio da produção aurífera, mineradores e garimpeiros saíram da vila de Pitangui, em busca de novos meios de subsistência. Dava-se início à “corrida para os sertões”, na procura de terras propícias para lavoura e criação de gado. Assim surgiam as primeiras fazendas de gado e o espaço começou a ser ocupado.
Contudo, como demonstra Sônia Queiroz, a região de Bom Despacho já era povoada por aldeias de escravizados fugitivos. Os negros foram, pois, os primeiros habitantes da região, depois dos indígenas. Seus quilombos eram local de refúgio e também de resistência. Segundo Orlando de Freitas, até esse período, o território de Bom Despacho era conhecido por meio de três divisões referentes à localização. Eram as “Paragens do Rio Lambari, “Paragens do Rio Picão” e “Paragens do Rio São Francisco”.
Nestas áreas, entre os rios São Francisco e o Lambari, haviam diferentes quilombos, fator importante para o povoamento do que hoje é Bom Despacho. Todavia, a existência deles atrapalhava o processo de ocupação da região. Por isso, o governador Gomes Freire, entre 1755 e 1770, ofereceu recompensas em terras e dinheiro para aqueles que combatessem os quilombolas do local. Destarte, entre os anos 1755 e 1800, dezenas de pessoas, principalmente provindas de Pitangui, dirigiram-se a atual região de Bom Despacho.
A ocupação efetiva da região se deu através da chegada, em 1758, de uma das equipes responsáveis por combater quilombolas. Capitães do mato e suas tropas, junto com milícias de Pitangui, começaram a debelar os quilombos e, em busca de abrigo e proteção, estabeleceram-se na atual região da Cruz do Monte, situada na Tabatinga. Local que servia, ainda, como um posto de observação para os combatentes.
De acordo com Freitas, o número de milicianos que se dirigiram para as paragens do Picão foi grande. Um pequeno número de povoadores ficou conhecido, entre eles: os alferes Barnabé Alves, Custódio Vieira Lanhoso, Luís Ribeiro da Silva e dois capitães, João Gonçalves Paredes e Pedro Vaz de Melo. Em pouco tempo, uma ermida seria construída no local. Segundo a historiadora Sônia Queiroz, em 1765 a região já possuía 24 casas, cujos habitantes dedicavam-se à pecuária e agricultura para fins de subsistência.
Nos tempos seguintes, as terras ocupadas pelos primeiros povoadores foram, aos poucos, sendo subdivididas e compradas por outros proprietários. É interessante observar que a concessão de sesmarias era vinculada ao número de escravos possuídos pelo requisitante. A região integrava a Sesmaria do Picão, cujo dono era João Gonçalves Paredes.
O território foi vendido ao alferes português Luís Ribeiro da Silva em 1772, e denominado como Campo Alegre. O alferes, ao contrário do que já se acreditou, não foi o “fundador” de Bom Despacho, mas, de fato, doou as terras para o Patrimônio de Nossa Senhora do Bom Despacho, onde já existia uma capela e o processo de povoamento já havia se iniciado.
Luís Ribeiro foi, por outro lado, um dos fundadores da Irmandade de Nossa Senhora do Bom Despacho, cujo objetivo era levantar fundos para a reforma da ermida. Surgia, paulatinamente, um povoado que com o tempo perdeu seu nome original, passando a ser chamado de Tabatinga.
O nome Bom Despacho foi o primeiro nome do arraial nos trâmites eclesiásticos e judiciais. Nos tempos do Brasil colonial, a Igreja desempenhava um importante papel junto ao governo. Assim, era comum que os núcleos populacionais tivessem grande participação eclesiástica. A designação “Bom Despacho” designava, assim, o conjunto religioso do povoado, uma vez que era a capela o ponto de referência local. Na tradição oral, há controvérsias a respeito do nome. Uma vertente o atribui à devoção do fundador da capela, Luís Ribeiro da Silva que, como outros portugueses, era procedente da Província do Minho, norte de Portugal, local onde o culto a Nossa Senhora do Bom Despacho era fervoroso.
Outra corrente afirma que a denominação surgiu na ocasião de uma seca prolongada, ocorrida entre 1767 e 1770, penalizando pessoas, animais e lavouras. Então os devotos de Nossa Senhora do Bom Despacho fizeram súplicas e orações pedindo chuva. Por terem suas súplicas atendidas, começaram a chamar o arraial de Nossa Senhora do Bom Despacho do Picão que, aos poucos, tomava forma. Na época, a principal atividade econômica desenvolvida na região era a criação de gado, a produção de rapadura e aguardente, além das culturas de arroz, milho, mandioca e algodão.
Além de Luís Ribeiro da Silva, outros nomes foram apontados nas fontes como os principais povoadores de Bom Despacho, entre eles: Domingos Luís de Oliveira, Manuel Ribeiro da Silva e o Padre Vilaça, que chegaram na localidade por volta de 1765. Manuel Ribeiro foi, inclusive, o responsável pelo surgimento da fazenda Ribeiro, mais tarde Engenho do Ribeiro.
Em 1880, a freguesia de Bom Despacho desmembrou-se de Pitangui, passando a pertencer ao município de Inhaúma, atual Santo Antônio do Monte.
Origem do Nome:
Formação Administrativa
1832-1891
Distrito criado com a denominação de Bom Despacho, pelo Decreto de 14-07-1832, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Santo Antônio do Monte.
1911-1912
Elevado à categoria de vila com a denominação de Bom Despacho pela Lei Estadual n.º 556, de 30-08-1911, desmembrado de Santo Antônio do Monte. Sede na antiga povoação de Bom Despacho. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-06-1912.
1911
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituída do distrito sede.
1923
Pela Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, é criado o distrito de Moema (ex-povoado Doce de Cima) e anexado a vila de Bom Despacho.
1933
Elevado à condição de cidade com a denominação de Bom Despacho, pela Lei Estadual n.º 893, de 10-09-1933.
1933
Em divisão administrativa referente ao ano 1933, o município é constituído de 2 distritos: Bom Despacho e Moema.
1938
Pelo Decreto-lei n.º 148, 17-12-1938, é criado o distrito de Araújos e anexado ao município de Bom Despacho.
1939-1943
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 3 distritos: Bom Despacho, Araújos e Moema.
1948
Pela Lei Estadual n.º 336, de 27-12-1948, é criado o distrito de Engenho do Ribeiro e anexado ao município de Bom Despacho.
1950
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 4 distritos: Bom Despacho, Araújos, Engenho do Ribeiro e Moema.
1953
Pela Lei Estadual n.º 1.039, de 12-12-1953, é desmembrado do município de Bom Despacho os distritos de Araújos e Moema, ambos elevados à categoria de município.
1960
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Bom Despacho e Engenho do Ribeiro.
Bandeira e Brasão da Cidade de Bom Despacho
Geografia
População [2022]: 51737 (IBGE)
Densidade Demográfica [2022]: 42.82 hab./km² (IBGE)
Área Total: 1208.24 km² (FJP)
Área Urbanizada [2019]: km² (IBGE)
Divisas:
População
Distrito | Criação | População | % População |
---|---|---|---|
Bom Despacho | 50343 hab. | 97.31% | |
Engenho do Ribeiro | 1948 | 1394 hab. | 2.69% |
- | - | 51737 hab. | - |
Território
Distrito | Área | Densidade | % Área |
---|---|---|---|
Bom Despacho | 944.12 km² | 53.32 hab/km² | 78.14% |
Engenho do Ribeiro | 264.12 km² | 5.28 hab/km² | 21.86% |
- | 1208.24 km² | 42.82 hab/km² | - |
Aspectos Naturais
Clima:
Índice Médio Pluviométrico Anual:
Hidrografia:
Bioma: Cerrado
Vegetação:
Fauna:
Relevo:
Altitude: Máxima:
Economia
Agropecuária:
Extrativismo:
Indústria:
Comércio e Serviços:
Cultura
Relação de Bens Protegidos pelo Município, pela União ou pelo Estado
Folias de Minas (Proteção Estadual) |
Violas de Minas (Proteção Estadual) |
Patrimônio Cultural
Turismo
Turismo Histórico-Cultural:
Ecoturismo:
Turismo Rural:
Turismo de Esportes:
Turismo de Negócios:
Turismo Gastronômico:
Turismo Religioso:
Esporte
Futebol: Campeonato Municipal
Futsal:
Ciclismo:
Atletismo:
Esportes Radicais:
Bairros, Distritos e Comunidades Rurais
Distritos de Bom Despacho
Atualmente são 2 distritos, Bom Despacho (distrito-sede) e Engenho do Ribeiro.
1. Bom Despacho
O distrito-sede de Bom Despacho tem uma área de 944.12 km² dos 1208.24 km², ou seja, 78.14% do território.
Mapa do Distrito de Bom Despacho
2. Engenho do Ribeiro
O distrito de Engenho do Ribeiro tem uma área de 264.12 km², ou seja, 21.86% do território, a lei de criação do distrito é a Lei Estadual Nº 336 de 27/12/1948.
Mapa do Distrito de Engenho do Ribeiro
Mapa da Cidade de Bom Despacho
Tempo na Cidade de Bom Despacho
Fontes:
IBGE, Fundação João Pinheiro, Site da Prefeitura de Bom Despacho, Iepha, Cefedes, Wikipédia, Minas, Emater.