Home > Noemisa Batista dos Santos (1947-2024)

Noemisa Batista dos Santos (1947-2024)

Noemisa Batista dos Santos (1947-2024)

Noemisa Batista dos Santos (1947-2024), nascida no Ribeirão de Capivara, Caraí, começou sua jornada artística desde muito jovem, aprendendo com sua mãe, uma hábil paneleira, a arte de moldar o barro. No entanto, ao contrário de suas predecessoras, Noemisa encontrou sua expressão através da escultura de figuras.

Sua obra se tornou uma crônica viva da vida no ambiente rural onde reside, capturando cenas do cotidiano com uma sensibilidade única. Desde batizados e casamentos até retratos de jovens dirigindo carros com relógios no pulso, ela incorpora detalhes vívidos que ressoam com autenticidade. Noemisa infunde sua arte com uma feminilidade distinta, utilizando aplicações delicadas de barro claro em vestidos e na decoração de capelas e mesas de festas.

Apesar de sua notável originalidade e reconhecimento nacional, Noemisa enfrentou dificuldades econômicas e viveu de maneira isolada. Suas esculturas foram exibidas em diversas mostras em todo o país, incluindo eventos prestigiosos como a exposição no Grand Palais em Paris, em 1987, e na Bienal de São Paulo em 2000. Seu trabalho encontra-se em coleções permanentes de importantes museus brasileiros, como o Museu de Folclore Edison Carneiro e o Museu da Casa do Pontal.

Utilizando o mesmo barro característico dos ceramistas de Caraí, Noemisa cria peças que destacam-se pela sua singularidade e diversidade temática. Desde rituais religiosos até cenas do cotidiano, sua obra reflete a vida e a cultura da região, apresentando uma ampla gama de personagens e situações. Noemisa é especialmente conhecida por suas representações de mulheres em atividades respeitáveis e necessárias, em meio a uma profusão de detalhes que conferem vida e autenticidade às suas criações.

Apesar das distâncias físicas e das circunstâncias que moldaram suas vidas de forma única, sua arte transcende fronteiras, tocando os corações daqueles que a encontram. Noemisa, com sua sagacidade estética e sua assinatura redentora de flores, transforma o cotidiano em fonte de alegria, sobriedade e ironia, celebrando a vida em suas muitas formas.

Fontes: