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História de Almenara

Fundada em 13 de janeiro de 1938, a cidade que faz parte da microrregião de Almenara, na mesorregião do Jequitinhonha, Almenara tem um total de 2291,40 km², divididos entre o distrito-sede e o distrito de Pedra Grande, sendo um município da região do Arranjo Populacional de Belo Horizonte, fazendo divisa com os municípios de Jequitinhonha, Jacinto, Rubim, Bandeira, Divisópolis e Pedra Azul, sendo os nascentes na cidade chamados de almenarense.

Almenara-MG

Fundada em 13 de janeiro de 1938, a cidade que faz parte da microrregião de Almenara, na mesorregião do Jequitinhonha, Almenara tem um total de 2291,40 km², divididos entre o distrito-sede e o distrito de Pedra Grande, sendo um município da região do Arranjo Populacional de Belo Horizonte, fazendo divisa com os municípios de Jequitinhonha, Jacinto, Rubim, Bandeira, Divisópolis e Pedra Azul, sendo os nascentes na cidade chamados de almenarense.

História de Almenara

Exploração da Região do Jequitinhonha

A Penetração no Vale do Jequitinhonha teve início no séc. XVI e obedeceu ao que se pode chamar de determinismo histórico da colonização pelo Europeu quando algumas expedições exploradoras foram organizadas para avançarem os sertões e descobrirem novas riquezas e assim manterem sua sobrevivência na comunidade européia.

A expedição de Francisco Bruza Espinosa (1553/1554), acompanhada do jesuíta padre Aspilcueta Navarro, foi a primeira a penetrar nas terras do Jequitinhonha. A entrada de Espinosa-Navarro, acompanhando o Rio Jequitinhonha, chegou à Serra do Espinhaço, na região do Serro, Diamantina e Minas Novas, alcançando também a foz do Rio, no município de Belmonte.

Outra expedição, a de Sebastião Fernandes Tourinho (1573), encorajada pelas notícias das potencialidades do solo e da existência de jazidas de esmeraldas, partiu em busca de minerais, passando pelo rio Araçuaí. Tourinho recolheu turmalinas, crisólitas, safiras, topázios, berilos e águas marinhas. No ano seguinte, a expedição de Antônio Dias Adorno subiu o Rio Jequitinhonha e no solo do vale do Araçuaí colheu pedras e minérios que revelavam a existência de metais preciosos.

Questão Indigena

Os índios que habitavam o norte e nordeste mineiro eram pertencentes aos grupos Ge ou Tapuias que originaram os Pataxós e os Machacalis, ligados aos aimorés e que povoavam o Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais. Grande parte desses índios que habitavam os sertões mineiros foi denominada de Tocoiós e de Botocudos (denominação devido ao uso de botoques nos lábios inferiores) e esses últimos, habitavam toda a extensão do baixo Jequitinhonha, inclusive nas margens do Córrego Água Branca.

No confronto com as expedições, tribos inteiras de índios eram exterminadas e os prisioneiros eram escravizados e obrigados a viverem em constante mobilidade. Somente no final do séc. XVII, com a descoberta do ouro em Vila Rica e redondezas, as expedições se dirigiram para aquelas paragens e o vale do Jequitinhonha caiu no esquecimento.

A primeira descoberta de ouro, no final do século XVII, processou-se na cidade do Serro, atraindo multidões de garimpeiros. Nas regiões próximas - Diamantina, Minas Novas, Grão Mogol e em outras áreas - foram instalados os primeiros núcleos mineiros. Os mineradores vasculharam os leitos dos rios e seus afluentes, obtendo riqueza fácil. A formação de vilas, povoados e pequenas cidades veio a seguir. Nessa ocasião, a exploração mineral ainda era processada horizontalmente, através de veios superficiais.

No início do séc. XIX a Coroa Portuguesa resolveu fazer novas investidas, buscando o alargamento e controle de fronteiras. Foi em uma dessas expedições enviadas pela Cora que o Alferes Julião Fernandes Leão Taborda Gato e seus sessenta soldados chegou na foz com o Rio Jequitinhonha de um córrego que ele passou a chamar de São Miguel devido ao dia da sua chegada, 29 de setembro de 1811.

Deu-se início às tentativas de domesticação de índios que não foram bem sucedidas e o combate com os índios foi necessário para a posse de terras e assentamentos para o cultivo da pecuária e agricultura. Há registros no livro “Impressões de Viagem de Belmonte à Vila de Jequitinhonha” de autoria de Eduardo Santos Maia datado de 1917, que um padre espanhol de nome João Aspicueta também já havia tentado, sem sucesso, a catequização dos índios botocudos e pataxós. Coube ao Frei Domingo Casallis, que acompanhava a expedição do Alferes, tal missão.

O médio Jequitinhonha, no setor Oriental era coberto por uma floresta Atlântica. Nos primeiros anos do século XVII o Alferes Julião Fernandes, comandando a Sétima Divisão Militar, promoveu sua ocupação e iniciou o combate às tribos indígenas em busca de terras propícias às pastagens. Os soldados limparam a área à mão armada.

Os vaqueiros derrubaram a floresta. Em seu lugar surgiu o capim colonião, apascentando vacas e bois que se multiplicam geometricamente. No início do século, era intenso o comércio entre a Vila de Belmonte, na Bahia, e Minas Novas, em Minas Gerais, através do rio Grande de Belmonte, o atual Jequitinhonha.

Para proteção contra ataques de contrabandistas e índios, o Alferes instalou postos de vigia ao longo do Rio Jequitinhonha. Foi instalado o Quartel de São Miguel – atual cidade de Jequitinhonha, o Quartel de Água Branca – atual cidade de Joaima, o Quartel do Salto Grande – atual cidade do Salto da Divisa, e o Quartel da Vigia, atual Almenara.

Núcleo de fundação da cidade de Almenara

Almenara, cujo topônimo, vindo da língua árabe, significa “farol”, cumpriria a destinação histórica que lhe era peculiar. De Belmonte, na foz do Jequitinhonha, na Bahia, até as nascentes do Rio, o Posto da Vigia, ou hoje, simplesmente, Almenara, mero posto de aquartelamento de tropas e sentinela avançada à margem direita do Jequitinhonha, estrategicamente localizado numa colina, tornou-se, nas eras antigas, o reduto inexpugnável para vigilância e combate de contrabando de pedras e ouro, garantindo também a segurança de populações que para ali iam se deslocando, à medida que a colonização progredia em todo o Vale.

Os postos de aquartelamento de tropas e sentinela avançada, os simplesmente os Quartéis, já mencionados, como o núcleo de fundação da cidade de Almenara e de outras localidades ribeirinhas, próximas umas das outras, tiveram na lendária 7ª Divisão Militar, sob o comando do alferes Julião Fernandes Leão, os momentos iniciais de sua formação.

Julião Fernandes Leão, o alferes do Jequitinhonha, moldaria, por assim dizer, no primeiro instante de existência das referidas localidades, o barro mítico e, pelos tempos afora, os postos avançados, localizados ao longo dos Rio que, defendidos valentemente pelos soldados do alferes, tornar-se-iam, cada um de per si, nos grandes municípios que hoje conhecemos: Almenara, Jequitinhonha, Joaíma, Itinga e Salto da Divisa.

Um jornalista do Jequitinhonha, reconstruindo a história do vale e os passos pioneiros do alferes Julião Fernandes Leão, descreveu com inegável vivacidade, os Quartéis da 7ª Divisão Militar. Os Quartéis, afirma o pesquisador, se constituíam num pequeno prédio e algumas casas de taipa cobertas com palhas. Ao seu redor, algumas árvores frutíferas guarnecidas por cerca que prevenia contra os possíveis ataques dos temidos índios botocudos, que vagavam por todas as terras que margeiam o Rio Jequitinhonha.

Esse Quartel foi erguido para conter o contrabando de ouro e pedras preciosas e também para pacificar ou eliminar os índios. Irados com as atrocidades praticadas pelos portugueses, os indígenas abriram uma guerra sem fim contra o violento sistema de colonização.

Sob ordens da 7ª Divisão Militar, postos avançados foram construídos ao longo das margens do Jequitinhonha, dando origem a núcleos habitacionais ribeirinhas que posteriormente tornaram-se distritos e cidades que distam entre si, aproximadamente, 50 quilômetros lineares.

Ocupação por famílias

Logo no início dos anos setenta, do século XIX, era a família Ferreira Souto a única que, no local da atual cidade, possuía uma propriedade, que no ano de 1874, foi vendida aos Srs. João Pedro de Oliveira Lages, João Antônio Cabacinha e Napoleão Fernandes Prates. Em 1875, chegaram a Vigia (atual Almenara) duas numerosas famílias, a de José Brandão e a de José Rodrigues, enviadas por João Antônio Cabacinha, para que fossem hospedadas em sua fazenda.

São os troncos de famílias pioneiras de Almenara, que foram sendo reforçadas, gradativamente, durante a segunda metade do século XIX. A história foi se fazendo ao longo das décadas iniciais na mesma margem ribeirinha, desde a sua fundação. O Posto da Vigia, instalado à margem direita do Rio, foi o primeiro marco de Almenara, conforme as linhas de sua história.

Somente após transcorridos sete décadas do século XIX, iniciou-se a ocupação da outra margem do Rio Jequitinhonha, onde se faz, a rigor, o núcleo populacional moderno de Almenara. A cidade deve, em grande parte, o progresso que desfruta a iniciativa particular, ajudada pela fertilidade do seu solo. Com a emancipação de Bandeira, Mata Verde e Divisópolis, Almenara passou a possuir agora somente o Distrito de Pedra Grande.

Emancipação de Araçuaí

Em 31 de Dezembro de 1943, pelo Decreto-lei nº 1058, foi emancipado e passou a vigorar a denominação atual, por sugestão do Desembargador Mário Matos, secretário particular do então governador Benedito Valadares. No mesmo Decreto-lei, Almenara perde os distritos de Jacinto, Jordânia, Salto da Divisa e Rubim.

Formação administrativa

Distrito criado com a denominação de Vigia, pela Lei Provincial n.º 3.442, de 26-09-1887 e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Vigia figura no município de São Miguel do Jequitinhonha.

Pela Lei Estadual n.º 622, de 18-09-1914, o município de São Miguel do Jequitinhonha tomou o nome de Vila Jequitinhonha e o distrito de Vigia a chamar-se São João do Vigia.

O distrito de Pedra Grande foi criado pela Lei Estadual Nº 843 de 7/9/1923

Elevado à categoria de município com a denominação de Vigia, pela Lei Estadual n.º 58, de 12-01-1938, desmembrado de Jequitinhonha. Sede no atual distrito de Vigia (ex-São João do Vigia). Constituído de 7 distritos: Vigia, Bandeira, Jacinto, Palestina, Pedra Grande, Rubim e Salto Grande, todos desmembrados de Jequitinhonha. Instalado em 06-03-1938.

Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, o município de Vigia passou a denominar-se Almenara. Os distritos de Jacinto, Jordânia (ex-Palestina) e Salto da Divisa (ex-Salto Grande) são desmembrados do município de Almenara para formar o novo município de Jacinto, através do Decreto-lei supracitado. O distrito de Rubim também é desmembrado do município de Almenara, elevando-se à categoria de município.

Pela Lei Estadual n.º 1.039, de 12-12-1953, são criados os distritos de Divisópolis (criado com terras desmembradas do distrito de Pedra Grande), e Mata Verde, anexados ao município de Almenara.

Pela Lei Estadual n.º 2.764, de 30-12-1962, é desmembrado do município de Almenara o distrito de Bandeira. Elevado à categoria de município.

Pela Lei Estadual n.º 1.074, de 27-04-1992, são desmembrados do município de Almenara os distritos de Divisópolis e Mata Verde, ambos elevado à categoria de município.

Bandeira e Brasão

Geografia

População

Pelo censo do IBGE de 2010, o município contabilizava 38775 habitantes, já no censo de 2022, 40364 habitantes, uma aumento de 4,1%, com uma densidade demográfica de 18.49 hab./km²

Distrito Lei de Criação População Área
Almenara 37687 hab. (93.37%) 1572.82 km²
Pedra Grande Lei Estadual Nº 843 de 7/9/1923. 2677 hab. (6.63%) 718.58 km²
- - 40364 hab. 2291.4 km²

Aspectos naturais

Clima: semiárido

Bioma: Mata Atlântica

Economia

PIB per capita 15.014,42 R$ [2020]
Receitas de Fontes Externas 87,3 % [2015]
IDHM 0,642 [2010]

Educação

Escolarização de 6 a 14 anos 97,8 % [2010]
IDEB – Anos iniciais do E.F 5,1 [2021]
IDEB – Anos finais do E.F 4,5 [2021]

Cultura & Turismo

Datas Comemorativas, Festas tradicionais e Festivais

13 de Janeiro - Dia da Emancipação Política do Município

Relação de Bens Protegidos pelo Município, pela União ou pelo Estado

Conj Paisag da bacia do rio Jequitinhonha (Proteção Estadual)
Arte em Barro do Jequitinhonha (Proteção Estadual)
Roda de Capoeira e/ou Ofício de Mestre da Capoeira (Proteção Federal)
Folias de Minas (Proteção Estadual)

Bairros, Distritos e Comunidades Rurais

Distritos de Almenara

Atualmente são apenas 2 distritos, Almenara (distrito-sede) e Pedra Grande.

Distrito Pedra Grande/MG

O distrito de Pedra Grande tem uma área de 718,58 km², ou seja, 31,35% do território, a lei de criação do distrito é a Lei Estadual Nº 843 de 7/9/1923.

O início do povoamento dessa região se deu por volta de 1728 e no local havia apenas três casas e um armazém onde os viajantes e tropeiros faziam a pousada. O nome originou-se devido ao pequeno povoado se situar ao lado de uma pedra monolítica tipo pão-de-açúcar denominada Pedra Grande, servindo durante décadas como referência geográfica para os moradores e viajantes. Os primeiros moradores foram José Alves Matias (escrivão de paz), Carlos Otoni, Simplício Alves Martins e a primeira casa foi a do Sr. Manoel.

Povoado de São José da Prata (Antigo Sacode)

São José da Prata já foi um povoado bem desenvolvido, segundo moradores antigos, possuindo uma farmácia, uma cadeia, lojas de roupa, mas com a imoralidade e infidelidade religiosa dos moradores um padre lançou uma praga na comunidade ocasionando assim seu declínio. Somente anos mais tarde o bispo Dom José Geraldo abençoa a comunidade novamente e com isso uma nova igreja foi construída e também uma escola de primeiro grau.

O nome do povoado se dá a um fato ocorrido no passado: havia ali uma fazenda chamada fazenda de Maria Juca, em uma época de muita fome esta Maria Juca ajudava pessoas que moravam na mata próxima à fazenda, então ficou conhecida como “se acode” e que por fim ficou sendo “sacode”.

Essa mesma fazenda foi que originou, em 1809, a fundação do povoado. Com a ajuda da D. Maria, mais e mais pessoas foram se aglomerando em torno da fazenda para procurar trabalho e comida. Os primeiros moradores foram Marciano, Zé Maria “Nenê Grande”, Marcelino, Geraldo Teixeira de Morais. A Primeira Igreja foi construída na primeira metade do Séc. XX foi demolida e uma nova foi feita para o Padroeiro São José.

A circunvizinhança rural se caracteriza por casas de fazenda com predominância da arquitetura rural mineira, de aspecto rústico e geralmente são construídas em adobe ou enchimento com telhado em madeira roliça e telhas de barro comum tipo capa e canal. Geralmente são orientadas em direção a estrada de rodagem de que guardam sempre um afastamento de segurança, geralmente com árvores frondosas, local onde os visitantes são recebidos.

Mapa da Cidade de Almenara

Tempo na Cidade de Almenara

Distâncias

Distância Entre Almenara e Belo Horizonte:

Distância Entre Almenara e Teófilo Otoni:

Distância Entre Almenara e Almenara:

Distância Entre Almenara e Araçuaí:

Distância Entre Almenara e Capelinha:

Distância Entre Almenara e Diamantina:

Distância Entre Almenara e Pedra Azul:

Fonte: IBGE

Fonte: Fundação João Pinheiro

Fonte: Site da Prefeitura de Almenara

Fonte: Iepha