Home > Palmópolis > História de Palmópolis

História de Palmópolis

Fundada em 1910, e emancipada de 27 de abril de 1992, a cidade que faz parte da microrregião de Almenara, na mesorregião do Jequitinhonha, Palmópolis tem um total de 433,48 km², divididos entre o distrito-sede e o distrito de Dois de Abril, sendo um município da região de influência Almenara, fazendo divisa com os municípios de Rio do Prado, Rubim, Santo Antônio do Jacinto, Bertópolis e Jucuruçu-BA, sendo os nascentes na cidade chamados de palmopolense.

Palmópolis-MG

Fundada em 1910, e emancipada de 27 de abril de 1992, a cidade que faz parte da microrregião de Almenara, na mesorregião do Jequitinhonha, Palmópolis tem um total de 433,48 km², divididos entre o distrito-sede e o distrito de Dois de Abril, sendo um município da região de influência Almenara, fazendo divisa com os municípios de Rio do Prado, Rubim, Santo Antônio do Jacinto, Bertópolis e Jucuruçu-BA, sendo os nascentes na cidade chamados de palmopolense.

História de Palmópolis

Fundação e Primeiros Habitantes

A história oficial de Palmópolis, encontrada no site do município ou outros que lhe façam referência, aponta que sua fundação se deu em meados de 1910, pela família do Sr. Teófilo Pinto, que chegou à região à procura de uma planta medicinal, muito comercializada na região de Minas Gerais desde o século XVIII-XIX, popularmente conhecida como Poaia, Psychotria Ipecacuanha, planta, segundo dizem, boa para problemas estomacais, intestinais, menstruais, entre outros.

Comércio e Desenvolvimento Inicial

Desbravaram a mata e construíram seu primeiro rancho. Comercializavam a Poaia com o prefeito de Urucu, que veio a ser denominado município de Carlos Chagas (MG) em 1948, e lugar do qual acredita-se que a família tenha surgido.

Nomeação do Povoado

Da comercialização da poaia, traziam tecidos, remédios e alimentos necessários à sua sobrevivência no local que, depois da chegada de outras famílias, constituiu-se em povoado primeiro chamado Bananeira, devido à grande quantidade de bananas; e, posteriormente, Palmares, devido à grande quantidade de palmeiras. A família era composta por José Pinto de Oliveira, filho do Sr. Teófilo Pinto, e outros irmãos; Antônio Pinto, Clemente Pinto, Reinaldo Pinto, Avelina Pinto, Virgulina Pinto, Maria de Jesus Pinto. A esposa do Sr. Teófilo Pinto, Dona Maria de Jesus Pinto, e a esposa do Sr. José Pinto, Dona Maria Silva de Oliveira.

Importância da Família Pinto

Depois de apontar esta pequena história da família Pinto, onde se percebe o destaque ao fato do Sr. Teófilo Pinto ter chegado à cidade à procura de poaia para comerciar (planta que era requisitada até no exterior), pode-se inferir que ele tenha se transformado em um grande comerciante da região, pelo menos até o período em que esta planta ainda era procurada.

Outros Contribuintes para a Fundação

A história apresentada no site oficial consultado ainda cita alguns nomes que teriam contribuído para a fundação da cidade, embora, é claro, tenham menor destaque com relação à importância da família Pinto. Foram sobretudo tropeiros que, como o Sr. Pinto, eram muito comuns em toda a região do Vale do Jequitinhonha, onde se localiza Palmópolis. Era uma região de passagem entre o sul da Bahia e o restante de Minas.

Contexto Geográfico e Histórico

Antes de continuarmos, é importante situar Palmópolis dentro do Estado de Minas Gerais. Lembrando que a região só se emancipa em 1992. Antes fora distrito de Rio do Prado desde 1953. O município fica dentro do Vale do Jequitinhonha, uma das doze mesorregiões em que se divide o estado de Minas Gerais; o Vale localiza-se ao nordeste do Estado e é dividido em cinco microrregiões, das quais Almenara é a que possui o município de Palmópolis.

História da Mesorregião

A mesorregião pertenceu ao Estado da Bahia até o final do século XVII, quando foi incorporada a Minas Gerais após a descoberta de diamantes em Tijuco (Diamantina), que tornou a região do Vale rica e hegemônica na produção até a descoberta das jazidas da África do Sul por volta de 1867. No entanto, com a decadência da produção diamantífera, tem início um processo de degradação da região do Vale do Jequitinhonha, que tornou-se ao longo do tempo nacional e mundialmente conhecida como uma das regiões mais miseráveis do Brasil.

Visão Crítica da Região

Abrimos este parágrafo para indicar que Palmópolis, em relação à sua condição de região diferenciada e autônoma dentro do conjunto dos municípios que compõem o Vale, acabou também por ser vítima de um discurso dominante que enquadra todo o Jequitinhonha como uma área seca e miserável, portadora de um dos menores índices de Desenvolvimento Humano (IDH). No entanto, Palmópolis encontra-se no Baixo Jequitinhonha (o Alto pertence ao sul da Bahia), uma das melhores regiões do Estado quanto à fertilidade do solo e condições de desenvolvimento.

Desafios e Perspectivas

Ou seja, há também a necessidade de se levantar vozes que rebatam esta visão negativa que se tem do Vale e construam um outro discurso em que estejam presentes todas as especificidades que caracterizam cada região e que, portanto, são próprias, não podendo ser enquadradas em um discurso único e homogeneizador que em nada acha respostas para os problemas que se colocam na atualidade no Vale do Jequitinhonha.

Palmópolis: a possibilidade de se considerar outros atores históricos

Questões Sobre a História Oficial de Palmópolis

Como foi dito anteriormente, a problemática encontrada com relação à história oficial do povoamento de Palmópolis está ligada ao fato de que existe quem discorde de que o papel de fundador da cidade seja conferido apenas a um único agente, o Senhor Teófilo Pinto, como se apenas ele tivesse sido o protagonista capaz de fazer História enquanto o restante não.

Ausência de Documentação e Relatos Alternativos

Além disso, lembrando que não há documentos que provem que no local já existia um povoamento e que as pessoas que ali viviam poderiam muito bem já ter estabelecido uma forma de vida ou de comércio baseada na terra ou produtos nativos, ficamos apenas com relatos fundados na memória ou recontados de outros relatos outrora ouvidos sobre outros sujeitos que ali já existiam fixados à terra antes da chegada da família Pinto.

Relatos de Luciene A. Rodrigues

Uma das autoras deste texto pôde contar que, desde pequena, ao ouvir falar de quem teriam sido os primeiros habitantes da região de Palmópolis, já ouviu falar em índios e numa família cujo pai era conhecido como negro coné. Luciene A. Rodrigues, hoje estudante de História em São Paulo, é natural do Município de Palmópolis, Minas Gerais, e recorda que, em sua época de estudante, sempre que se aproximava o aniversário da cidade, era pedido que se fizessem trabalhos que contassem sua história. Segundo Luciene, toda história contada que não apontasse a família Pinto como a fundadora não era considerada como a história “verdadeira”.

Depoimentos Relevantes

Há provas disso no depoimento do senhor Florisvaldo Ladeia²:

2. Os depoimentos aqui utilizados nos foram enviados via e-mail pelo professor Claugildo de Sá, morador de Palmópolis, amigo e colaborador nesta tentativa de levantar as vozes ausentes da história oficial do município.

“Bom, a história que vou contar é quase uma controvérsia do que até hoje se sabe pela grande maioria dos moradores de Palmópolis. Sabemos que, só o que se sabe é contado de uma única forma, por uma única família. Isto que eu vou escrever não é pra mudar a história já mostrada até hoje, mas é para que se complemente uma história dos verdadeiros primeiros habitantes de nossa cidade e merece um novo olhar.

Segundo relatos, os primeiros moradores de Bananeira (Palmópolis) eram pessoas que vieram de outros lugares e se instalaram por aqui. Quando o senhor Teófilo Pinto chegou, já haviam 03 ranchos construídos em Bananeira, sendo que 01 deles foi feito por uma família chamada Ladeia, que chegou antes do mesmo.

Esta história é contada por uma senhora, Teodora, que estava com seus pais primeiro em Barracão (Rio do Prado) e depois veio para cá. Ela conta que, para chegar até eles, tiveram que cortar muito mato com foice e facão. É que aqui era só mato e capoeira. Ela falava muito no velho Coné, muito bondoso, e já estava aqui. O senhor Teófilo Pinto chegou aqui pouco tempo depois para fazer negociação de terras com os moradores que já estavam aqui e resolveu ficar por aqui também por muito tempo. Ela conta ainda que eles plantavam, colhiam, vendiam e também trocavam o que produziam em suas lavouras, na agricultura e só mais tarde, na pecuária.

Eles negociavam com pessoas de MG, da Bahia e até do Espírito Santo. Eles lucravam muito com a “Poaia”. Ela falava que já viu índios aqui, mas não eram daqui, não; eles vinham dos arredores da Bahia refugiados, mas voltavam para as mesmas bandas de onde vieram. Dona Teodora Ladeia era parente do senhor João Ladeia, que ainda mora nos arredores de Palmópolis.

Pessoas que a conheciam e sabiam da história contada aqui em Palmópolis sobre os primeiros moradores diziam que nem ela, que chegou antes que Teófilo Pinto, tinha coragem de dizer que foi a primeira. Que era gente da família dela que fez os primeiros ranchos, mas ela só veio para cá no terceiro rancho e que, quando seu Teófilo chegou, eles ajudaram a levantar o rancho dele.”

(Florisvaldo Ladeia é parente de Dona Teodora, uma mulher negra de olhos verdes que morreu aos 119 anos, conhecedora da história de Palmópolis desde que pertencia a Barracão, depois denominado Rio do Prado).

Outras Entrevistas

Em outra entrevista realizada pelo professor Claugildo de Sá e enviada a nós por correio eletrônico, é a de Izabel Maria de Jesus, neta do negro coné:

Entrevistada: Izabel Maria de Jesus, nascida em 08 de março de 1950, filha de Maria Madalena de Jesus, que é filha de Conhecúmene, portanto Izabel é neta do negro coné. Eram oito irmãs mulheres, quatro morreram, entre elas a senhora popularmente conhecida como negra Joaquina, fazedeira de esteira artesanal feita de taboa. Joaquina teve um filho que faleceu. Estão morando em Rubim e Jequitinhonha as outras netas de coné. São elas Modesta e Eva, sendo que a senhora Júlia não se sabe para onde anda. Conta ela que o senhor coné e demais chegaram em Palmópolis na mesma época que outras famílias, contavam histórias sobre o grito da princesa Izabel; eles eram crianças e não entendiam o que ele queria dizer e falava que se um dia eles alcançassem a sua idade, entenderiam sobre o tal grito da princesa.

Outros moradores entrevistados, José Milhão, Dona Jovem, Isidoro, Peu de Narinha e Dona Adelita e Seu Manoel, são unânimes quando falam da existência de indígenas na região e de que o negro coné tinha terras ao redor de Palmópolis, as quais vendeu a “preço de banana” por necessidade. Seu José Milhão fala que a poaia não era de acesso deles para comercialização, só da família Pinto. Diz que o negro Coné chegou já adulto em Palmópolis e que não se sabe de onde veio.

Conclusão Sobre os Primeiros Habitantes

Dos depoimentos acima pode-se inferir que, no mínimo, existia na região hoje denominada Palmópolis, antes da chegada da família Pinto, indígenas, muito provavelmente Maxakalis, comuns em Minas Gerais na região do Vale do Mucuri. Existem até hoje no município de Bertópolis, cidade limítrofe com Palmópolis. E também pode-se deduzir a presença de negros, que poderiam ser constituídos de ex-escravos ou fugidos, visto não ser raro na época da escravidão que locais de mata fechada, como era o caso da região, servissem de esconderijo ou local para a formação de quilombos, dos quais há muitos remanescentes em Minas Gerais.

Reconhecimento e Inclusão Histórica

O fato de se insistir em mostrar a presença do negro coné como um dos primeiros moradores da região antes da chegada da família Pinto não é para que haja uma substituição do nome do fundador por outro, mas para que se perceba que qualquer convenção que tenha havido e que culminou com a eleição do senhor Teófilo Pinto como personagem fundador da cidade fez com que, de maneira propositada ou não, outros sujeitos que participaram do mesmo processo de constituição do povoamento na região acabassem sendo omitidos e, portanto, não reconhecidos como agentes desse processo.

A família do negro coné, a família Ladeia, as outras famílias de tropeiros, negros ou indígenas que estavam fixados ou que se fixaram à terra de Palmópolis antes da chegada da família Pinto, também poderiam ser relembradas nas datas importantes da cidade quando se rememora sua origem. Mesmo que muitos sejam anônimos, a menção de que esses grupos participaram da constituição do povoamento local faz perceber que o discurso não é único ou homogêneo, mas que existem outras possibilidades, outras formas de atuação que convergem para um mesmo ponto. Perceber que há outra maneira de se construir a história que seja inclusiva, de todos, que procure representar a maior parte, e não apenas uma ínfima parte selecionada de acordo com convenções que tendem a contemplar apenas um dado grupo social.

Considerações Finais

Sabe-se que Teófilo Pinto foi eleito fundador da cidade de Palmópolis. Por qual convenção não se sabe. Enquanto deve ter tido seus méritos ou ter se destacado em suas funções, no comércio ou em sua posição social com relação aos outros moradores da região. Embora não tivesse constituído grande fortuna com o comércio da poaia ou se transformado em grande proprietário de terras, nem ter sido alguma vez prefeito da cidade, apesar da família participar da política da cidade há muito tempo, como também estar muito ligada à primeira igreja da cidade.

Formação administrativa

O município deve sua formação à família do senhor Teófilo Pinto, que chegou à região em 1910, à procura de uma planta medicinal de nome Poaia. Após o estabelecimento de outras famílias, o povoado se desenvolveu e recebeu o nome de Bananeira.

Em seguida, passa a se chamar Palmares, devido à existência de grande quantidade de palmeiras na região. É, posteriormente, denominado Palmópolis.

Seu território foi desmembrado do município de Rubim, quando passou a ser distrito do Rio do Prado em 1953.

1953

Distrito criado com a denominação de Palmópolis (ex-povoado de Palmares), pela Lei nº 1039, de 12-12-1953, subordinado ao município de Rio Prado.

O distrito de Dois de Abril é criado pela Lei Estadual Nº 2.764 de 30/12/1962, como parte de Rio do Prado.

Elevado à categoria de município com a denominação de Palmópolis, pela Lei Estadual nº 10704, de 27-04-1992, desmembrado de Rio do Prado. assim como Dois de Abril.

Bandeira e Brasão

Geografia

População [2022]: 6301 (IBGE)

Densidade Demográfica [2022]: 14.54 hab./km² (IBGE)

Área Total: 433.48 km² (FJP)

Área Urbanizada [2019]: km² (IBGE)

Divisas:

População

Distrito Criação População % População
Palmópolis 4942 hab. 78.43%
Dois de Abril 1962 1359 hab. 21.57%
- - 6301 hab. -

Território

Distrito Área Densidade % Área
Palmópolis 279.85 km² 17.66 hab/km² 64.56%
Dois de Abril 153.63 km² 8.85 hab/km² 35.44%
- 433.48 km² 14.54 hab/km² -

Aspectos Naturais

Clima:

Temperatura:

Índice Médio Pluviométrico Anual:

Hidrografia:

Bioma: Mata Atlântica

Vegetação:

Fauna:

Relevo:

Altitude Máxima:

Altitude Mínima:

Economia

Agropecuária:

Extrativismo:

Indústria:

Comércio e Serviços:

Impostômetro | Arrecadação de Impostos 2019 a 2022:

2019: 2020: 2021: 2022:

Mais Dados:

PIB per capita 10.719,44 R$ [2020]
Receitas de Fontes Externas 94,2 % [2015]
IDHM 0,565 [2010]

Educação

Escolarização de 6 a 14 anos 96,3 % [2010]
IDEB – Anos iniciais do E.F 5,2 [2021]
IDEB – Anos finais do E.F 4,6 [2021]
Matrículas no E.F 789 matrículas [2021]
Matrículas no E. Médio 271 matrículas [2021]
Docentes no E.F 59 docentes [2021]
Docentes no E. Médio 28 docentes [2021]
Escolas: E.F 5 escolas [2021]
Escolas: E. Médio 2 escolas [2021]

Cultura & Turismo

Datas Comemorativas, Festas tradicionais e Festivais

27 de Abril - Dia da Emancipação Política do Município

Relação de Bens Protegidos pelo Município, pela União ou pelo Estado

Igreja Santo Antônio
Imaginária Santo Antônio
Roda de Capoeira e/ou Ofício de Mestre da Capoeira (Proteção Federal)

Bairros, Distritos e Comunidades Rurais

Distritos de Palmópolis

Atualmente são apenas 2 distritos, Palmópolis (distrito-sede) e Dois de Abril.

Palmópolis

O distrito-sede de Palmópolis tem uma área de 279,85 km² dos 433,48 km², ou seja, 64,56% do território.

Dois de Abril

O distrito de Dois de Abril tem uma área de 153,63 km², ou seja, 35,44% do território, a lei de criação do distrito é a Lei Estadual Nº 2.764 de 30/12/1962.

Mapa do Distrito de Dois de Abril

Comunidades Rurais

Algumas delas são:

Mapa da Cidade de Palmópolis

Tempo na Cidade de Palmópolis

Distâncias

Distância Entre Palmópolis e Belo Horizonte:

Distância Entre Palmópolis e Teófilo Otoni:

Distância Entre Palmópolis e Almenara:

Distância Entre Palmópolis e Araçuaí:

Distância Entre Palmópolis e Capelinha:

Distância Entre Palmópolis e Diamantina:

Distância Entre Palmópolis e Pedra Azul:

Fonte: IBGE

Fonte: Fundação João Pinheiro

Fonte: Site da Prefeitura de Palmópolis

Fonte: Iepha