Comunidade Quilombola Água Preta de Cima
A Comunidade Quilombola Água Preta de Cima é uma comunidade quilombola localizada na Zona Rural do município de Ouro Verde de Minas, Vale do Mucuri, Minas Gerais.
História da Comunidade Quilombola Água Preta de Cima
A Comunidade Quilombola Água Preta de Cima foi reconhecida pela Fundação Cultural Palmares como remanescente quilombola em 06/12/2005 (Retif.)
Origem do Nome: O Córrego local se Chama Água Preta, em função das rochas que criam uma ilusão da água ser escura, o "De Cima" referir-se a existência a "De Baixo", em uma parte mais alta.
Localização: Comunidade Quilombola Água Preta de Cima é uma comunidade quilombola localizada na Zona Rural do município de Ouro Verde de Minas, Vale do Mucuri, Minas Gerais. A comunidade quilombola de Água Preta de Cima é a mais remota, localiza-se a 5 km de Santa Cruz, e a 15 km da sede de Ouro Verde de Minas, na divisa com Ataléia.
Origem:A história da formação do quilombo tem início no final do século XIX e início do século XX, com a ocupação da terras que não interpresavam a ninguém. A comunidade é dividida em dois núcleos de moradias: Barra e Cabeceira. O Quilombo Água Preta de Cima, em Ouro Verde de Minas, foi certificado como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares.
Segundo a CEDEFES, em 2009, moravam Água Preta de Cima 78 famílias, totalizando 350 habitantes. Há uma escola que funciona até a 4ª série do ensino. A associação de moradores foi fundada no dia 09 de agosto de 2005.
Turismo e Cultura: A padroeira de Água Preta é Santa Rosa e sua festa é comemorada no dia 20 de agosto.
EconomiaSegundo moradores (ainda em 2019) de Água Preta de Cima, aproximadamente 40% dos habitantes trabalham "de terça" ou "de meia" em fazendas do entorno, pois metade dos quilombolas não possui terra própria. Além do café, há também lavouras de milho, feijão e arroz. Muitos moradores conseguem vender seus produtos nas feiras da cidade e na própria comunidade. Além disso, a prática antiga de troca de produtos entre os lavradores é muito comum.
Na Obra "Quilombolas no Campo" é contada a história de Aguinaldo Barbosa de Oliveira, segundo ele no passado ela muito difícil, ele plantava inhame, fazia a extração de palmito e realizava a caça para conseguir sobreviver. Uma viagem para Teófilo Otoni, a 50 quilômetros, para vender o excedente das lavouras durava três dias, ida e volta.
Hoje ele cultiva açafrão-da-terra, também conhecido como cúrcuma, inhame e frutas no pequeno sítio, além de criar animais, seguindo o modelo tradicional de produzir em casa a maioria dos alimentos.
A atividade de garimpo ainda é presente nos riachos do local, e o topázio e a ametista são os minerais mais encontrados.
Geografia A vegetação do entorno está totalmente alterada, em consequência das atividades agropecuárias. A geografia de Água Preta de Cima e de seu entorno é semelhante à de Córrego de Santa Cruz, com abundância de rochas graníticas em torno da região. O rio Água Preta cruza toda a comunidade e a serra da Cachoeira de limita o território quilombola.
População Nas primeiras décadas do século XX, o Estado do Espírito Santo e o leste de Minas Gerais receberam grande leva de imigrantes alemães e italianos em busca de trabalho nas grandes lavouras de café. Uma família italiana chegou à comunidade de Água Preta de Cima, há aproximadamente 70 anos. Hoje, seus descendentes vivem entre os quilombolas.
Santa Bramante chegou da Itália, com 12 anos. Casou-se com o preto Ramiro. O filho mestiço do casal comprou terras dos Marcianos, pretos, em Água Preta de Cima. Foi o sogro de Marinalva, importante membro da Água Preta de Baixo, mais conhecida como Dona Nega Pretinha.
Comunidades Quilombolas
Nome | Certificação FCP | Abert. Processo Incra | |
Água Limpa | 10/02/2011 | 2011 | FCP |
Água Preta de Baixo | |||
Água Preta de Cima | 06/12/2005 (Retif.) | 2006 | FCP |
Córrego Carneiro ou Carneiro | 14/05/2008 | 2008 | FCP |
Santa Cruz | 12/07/2005 | 2004 | FCP |
Mapa da Comunidade Quilombola Água Preta de Cima
Fontes:
Créditos da Imagem: Paisagens de Ouro Verde de Minas
Livro Quilombolas no Campo - Cemig no campo, 2022
Relação Das Comunidades Negras Quilombolas Em Minas Gerais: Centro De Documentação Eloy Ferreira Da Silva