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História de Teófilo Otoni

A cidade que faz parte da microrregião de Teófilo Otoni, na mesorregião do Vale do Mucuri, Teófilo Otoni tem um total de 3242,36 km², com uma população de 137.418 pessoas, divididos entre o distrito-sede e o distrito de Crispim Jacques, Pedro Versiani, Topázio, Mucuri e Rio Pretinho, sendo uma Capital Regional, e parte do Arranjo Populacional de Belo Horizonte, fazendo divisa com os municípios de Novo Oriente de Minas (ao norte), Pavão (ao nordeste), Carlos Chagas (ao leste), Ataleia (ao sudeste), Frei Gaspar e Ouro Verde de Minas (ao sul), Itambacuri (ao sudoeste), Poté e Ladainha (ao oeste), Itaipé e Catuji (ao noroeste), sendo os nascentes na cidade chamados de teófilo-otonense.

Teófilo Otoni-MG

A cidade que faz parte da microrregião de Teófilo Otoni, na mesorregião do Vale do Mucuri, Teófilo Otoni tem um total de 3242,36 km², com uma população de 137.418 pessoas, divididos entre o distrito-sede e o distrito de Crispim Jacques, Pedro Versiani, Topázio, Mucuri e Rio Pretinho, sendo uma Capital Regional, e parte do Arranjo Populacional de Belo Horizonte, fazendo divisa com os municípios de Novo Oriente de Minas (ao norte), Pavão (ao nordeste), Carlos Chagas (ao leste), Ataleia (ao sudeste), Frei Gaspar e Ouro Verde de Minas (ao sul), Itambacuri (ao sudoeste), Poté e Ladainha (ao oeste), Itaipé e Catuji (ao noroeste), sendo os nascentes na cidade chamados de teófilo-otonense.

História de Teófilo Otoni

Introdução

A história da região onde hoje se localiza o município de Teófilo Otoni se inicia nos primeiros séculos de colonização da América Portuguesa com a presença de alguns bandeirantes no século XVI que começaram a penetrar o nordeste de Minas Gerais em busca de metais preciosos.

Essas iniciativas, entretanto, não levaram a um estabelecimento e aprofundamento das atividades na região, lembrando que os maiores focos mineradores se concentraram no século XVIII e na região em torno de Ouro Preto, Sabará, São João del Rey, Diamantina e na região do Jequitinhonha, entre outras. Somente no século XIX a região do Mucuri começou a ser melhor conhecida e ocupada.

Em estudos sobre a região das minas no século XVIII, encontram-se pesquisas que focalizam a importância das áreas periféricas à mineração, onde a lei, a ordem e a fiscalização imposta pela Coroa Portuguesa ora não chegavam, ora não era possível ser colocada em prática. Esses espaços acabavam formando territórios de mando, quando próximos aos centros econômicos ou próximos aos caminhos de escoamento do ouro, representando uma ameaça constante aos carregamentos, bem como aos responsáveis pela sua condução, fiscalização e proteção.

Esses territórios sujeitos às emboscadas e propícios ao contrabando, assim como aqueles mais afastados mas que também constituíam territórios de difícil fiscalização e que nem sempre haviam sido efetivamente colonizados, são tratados em muitos estudos como regiões de fronteira, como sertões, matas, ou outras denominações.

Dessa forma, alguns autores tratam a região do leste de Minas, como também a Serra da Mantiqueira, no século XVIII e primeiras décadas do XIX como mata, ou como área de fronteira, por não fazer parte de rotas comerciais e não ter passado por um processo de ocupação, embora a região fosse habitada por povos indígenas. A região do Mucuri era, até as primeiras décadas do XIX “uma região intencionalmente inexplorada para dificultar as saídas para o contrabando de metais preciosos, um cinturão de mata que evitava os descaminhos do ouro”.

Chegada da Família Real Portuguesa

O século XIX se iniciou com a chegada da família real portuguesa em solo colonial o que levou a uma busca por maior conhecimento do território. Nesse contexto, houve por parte do governo o incentivo à vinda de estudiosos, naturalistas, artistas, que passaram a percorrer o território e registrar aspectos naturais e humanos encontrados nos seus percursos, contribuindo para o conhecimento e divulgação até mesmo fora dos domínios portugueses dos elementos que formavam a América Portuguesa e posteriormente, ainda no século XIX, o Brasil Império. Saint Hilaire foi um desses naturalistas que registraram aspectos sobre a natureza, o povoamento e a relação deste com os indígenas no nordeste e leste de Minas Gerais.

Com a corte portuguesa na América, a colônia passou a viver um processo de descaracterização em relação ao pacto colonial que culminou com a independência e o estabelecimento de um Estado Imperial. A partir desse momento o Império passou a incentivar o conhecimento, a “civilização” e a manutenção da unidade das muitas e distantes regiões que compunham o território nacional.

Além da preocupação com a unidade territorial havia a necessidade de se construir e incentivar um sentimento de pertencimento, de identificação da população com o território, havia a necessidade de se construir uma nação. Somando-se a esses fatores, transformações tecnológicas e ideias políticas, econômicas e sociais circulavam internacionalmente influenciando as relações externas e as políticas internas implementadas pelo governo imperial no século XIX.

Destaca-se o universo de valores dos séculos XVIII e XIX voltados para a racionalidade e, nesse sentido, a mata juntamente com os nativos, com os insetos e animais, contrapunham-se às políticas civilizadoras.

“A mata, (...) aparecia como enigma a ser decifrado: não mais impenetrável, mas local a ser domado por amplas desflorestações, dando lugar a fazendas, áreas de cultivo, aldeamentos para os índios trabalharem e fossem assimilados à sociedade imperial, trilhas, quartéis de segurança, núcleos de colonização(...)”(DUARTE)

Exploração

De acordo com os interesses do império, o presidente da província de Minas, Antônio da Costa Pinto, contratou o engenheiro francês Pierre Victor Renault para explorar as matas do rio Mucuri e de Todos os Santos, com o objetivo de estabelecer uma colônia de degredados e estimular um povoamento, oferecendo maior segurança contra os ataques indígenas.

O relatório de Renault traça diversos perfis da região dos diferentes povos indígenas, do impacto da queda da produção aurífera e da produção algodoeira, das dificuldades do escoamento da produção devido às grandes distâncias, a possibilidade de se fazer uma ligação da região do Jequitinhonha com o litoral a partir do Mucuri uma vez que, segundo seu relatório, o rio Mucuri seria todo navegável.

Em 1847 tendo conhecimento sobre o relatório de Renault o comerciante e liberal Theóphilo Benedito Ottoni enviou um documento para a imprensa e congresso sobre a possibilidade de desenvolvimento da região do Jequitinhonha a partir de uma companhia de navegação e comércio pelo rio Mucuri.

Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri

Com interesses em expandir a civilização, o conhecimento, mapeamento e segurança sobre o território nacional, de acordo com as ideias e interesses da elite brasileira, o governo imperial aprova a proposta de Theophilo B. Ottoni de criar a Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri, dando-lhe, privilégios e concessões para que fosse implantada a navegação, até onde fosse possível, e uma estrada que ligasse o litoral da Bahia à região hoje denominada Minas Novas e, posteriormente, ao Serro.

"Com relação ao governo provincial mineiro ficou acertado o monopólio completo de todas as comunicações das comarcas ao norte de Minas por oitenta anos como também a garantia de um destacamento de trinta praças (militares) para segurança da região. A Companhia do Mucuri foi fundada na primeira década do governo de D. Pedro II, em 1847, quando os liberais tinham grande influência junto ao Imperador, e teve seu momento de crise, encampação e liquidação no período em que o governo imperial tinha em sua base política os conservadores, entre 1858 e 1862. "(ACHTSCHIM)
Ata da instalação da Companhia do Mucuri, para a navegação e comércio do rio Mucuri, que abrange Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia - Confira na Integra

Investir no Mucuri seria, para Ottoni, a alternativa de comunicação que necessitava o vale do Jequitinhonha, aproveitando também a fertilidade do seu solo, tendo na agricultura o principal elemento para povoar e desbravar as matas. O Mucuri poderia, assim, reabilitar a produção e comércio do algodão, encurtando a comunicação até o Atlântico, e, consequentemente, barateando o transporte.

As primeiras viagens de Theóphilo B. Ottoni à região do rio Mucuri possibilitaram o reconhecimento de fato das verdadeiras condições da região e das dificuldades que deveriam ser enfrentadas e contornadas para o sucesso da empreitada. O primeiro trabalho da Companhia foi desobstruir o rio Mucuri que, ao contrário dos relatos de Renault, não era totalmente navegável. Assim, foi necessário construir uma estrada ligando Santa Clara, na divisa com a Bahia, até a um local estratégico na metade do caminho até Minas Novas.

Povoado de Philadelphia

O contato com os indígenas que habitavam a região também se tornou um desafio uma vez que essa relação nem sempre se deu de forma amistosa, consta que o próprio Theophilo B. Ottoni teria negociado com alguns líderes desses povos a doação de terras para que ele e aqueles que o acompanhavam nas obras da Companhia pudessem se estabelecer. Neste local, às margens do Rio de Todos os Santos foi fundado em 1853 o povoado de Philadelphia, atual cidade de Teófilo Otoni.

Segundo o histórico da cidade de Teófilo Otoni produzido por Igor Sorel, Philadélphia foi criada para dar apoio à Cia do Mucuri e ser a sede da empresa. Em Philadélphia foram erguidos os armazéns para estocagem e venda de produtos da terra ou da Corte e ali funcionava a alfândega onde se pagava um pedágio para transitar na estrada Santa Clara, que ligava Santa Clara à Philadélphia. A partir daí, o transporte era feito em lombo de animais, em uma picada dentro da mata até Minas Novas. Abaixo da Cachoeira de Santa Clara as mercadorias eram transportadas por via fluvial pelo rio Mucuri.

Infraestrutura

A partir de 1853 teve início as obras que deram infraestrutura ao povoado. Nesse processo, alguns engenheiros e técnicos haviam sido contratados por Theophilo B. Ottoni para as obras da Companhia dentre os quais destacou-se o engenheiro alemão Roberto Schlobach da Costa que fez o alinhamento da primeira rua de Philadélphia já no ano da sua fundação, seguindo orientação norte-sul, denominada na época Rua Direita, posteriormente rua João Pessoa, atual avenida Getúlio Vargas. As ruas transversais cortavam com uniformidade, todas em ângulo reto.

Desse modo foram traçadas as ruas Engenheiro Antunes, Dr. Manoel Esteves, Visconde do Rio Branco, Francisco Sá e as praças Tiradentes, Argolo (não existe mais) e dos Alemães, hoje inteiramente modificada. Theóphilo B. Ottoni solicitou ainda do responsável pela implantação da cidade que, ao longo das ruas alinhadas, fossem demarcados lotes para o assentamento de colonos. Dessa forma, Philadelphia foi uma das primeiras cidades planejadas do Brasil, assim como a cidade de Petrópolis que além de projetada ainda foi marcada pela presença de relevante quantidade de imigrantes europeus, sobretudo, alemães.

Formação do Distrito

Em 1856 foi criada a Paróquia Imaculada Conceição e em 1857 Philadelphia foi elevada a distrito pela lei provincial nº 808 de 3 de julho, criando assim, o distrito de Nossa Senhora da Conceição de Philadelphia. 1857 foi o ano em que começou a funcionar a primeira escola na Fazenda Itamunheque, do Dr. Manoel Esteves Ottoni, onde ele foi professor; e foi quando chegaram os primeiros carros de 4 rodas, alguns puxados por bestas, outros por bois, o que foi muito festejado.

Nesse mesmo ano Philadélphia era elevada à Freguesia e numa capela provisória o vigário de Minas Novas, José Pacífico Peregrino e Silva rezou a primeira missa e realizou o casamento do Capitão Leonardo Esteves Ottoni com a senhorita Maria Leopoldina de Araújo Maia. Em 1858 chega o vigário Padre Luiz Bignagui Brasileiro, com a incumbência de pastorear a Vila de Santa Clara, Philadéphia e ser o capelão militar da Colônia Militar de Urucu.

Família Ottoni e a Escravidão no Vale Do Mucuri

Embora no passado, em nossa região tenha tido escravidão, a Família Ottoni foi, e é fundamental para esse processo, e hoje, para o apagamento do mesmo.

Capitão Leonardo (1832-1912)

Dono da fazenda Liberdade, se casou com Maria Leopoldina de Araujo Maia (filha de Joaquim José de Araujo Maia), foi Capitão da Guarda nacional, tem seu túmulo tombado, é nome de rua, além de cadeira na Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri, o seu túmulo é um dos dois únicos tombados em toda a região, ironicamente o outro é do Pastor Hollerbach, homem averso a escravidão.

Para obter esse tombamento, é necessário ser muito importante para aquela comunidade, e foi, fazendeiro, vereador, mantenedor do Hospital Santa Rosália, só que os historiadores de Teófilo Otoni com ligações com as famílias tradicionais ignoram, o fato do mesmo, ter enriquecido, e contribuído com dinheiro advindo da violência contra negros, ou seja, as benesses recebidas pelos brancos, eram as custas de vidas negras.

Teófilo Benedito Ottoni (1807-1869)

Fundador da cidade, alugou homens negros escravizados para auxiliar na construção da Estrada Santa Clara, além de ter escravizados em sua companhia de navegação e comércio. Trabalhou na refundação do Banco do Brasil, que serviu especialmente a senhores de escravos, seu irmão Christiano Benedicto Ottoni foi um ferrenho defensor dos escravocratas.

O Banco do Brasil foi criado em 1808, liquidado 20 anos depois e refundado em 1853, ou seja, já após a Lei Feijó, de 1831, que proibia o tráfico de escravos, mas ficou conhecida como “lei para inglês ver”, por não ter sido efetivamente cumprida. “Estima-se que mais de 900 mil africanos e africanas tenham sido importados por contrabando depois da proibição e mantidos ilegalmente como escravos, quando deveriam ser livres”, observa o levantamento. (Agência Brasil)

Dr. Manuel Esteves Ottoni (1825-1866)

Considerado o primeiro médico do Vale do Mucuri, ele ajuda a entender a mentalidade branca em nossa região, teve cerca de 100 pessoas escravizadas na fazenda Itamunhec. Foi assassinado em 1866 pelo sócio, a grande ironia aqui é que muitos dos que o admiram lamentam, ou seja, o mesmo homem que salvava vidas brancas, diminuia em muito as expectativa de vida dos negros, e os mesmos não se importam.

É Atualmente homenageado com nome, de rua, de escola no Marajoara, busto na Praça Tiradentes, além de ser patrono com a cadeira 11 no Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri.

Ana Amália (1825-)

Esposa de Manuel Esteves Ottoni, possivelmente umas poucas mulheres escravocratas conhecidas da região, foi mãe do ex-prefeito, e deputado Epaminondas Ottoni, é atualmente homenageada com nome de rua no Altino Barbosa.

Leonardo Esteves Ottoni (1832-1912):

Dono da fazenda Liberdade, foi Capitão da Guarda Nacional, vereador, homenageado é nome de rua no centro, além de patrono com a cadeira 23 no Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri, o seu túmulo é um dos dois únicos tombados em toda a região, ironicamente o outro é do Pastor Hollerbach, homem averso a escravidão.

Joaquim José de Araujo Maia (-1912)

Criador da fazenda Monte Cristo (que também escravizava), foi casado com Theodósia Cândida Vieira, suas filhas se casaram com os irmãos Capitão Leonardo e Manuel Esteves Ottoni. Seu escravizados que anteriormente estavam em Valença-RJ, foram responsáveis por parte da criação da Estrada Santa Clara.

Fim do Regime Escravista e Imigração Europeia

As mudanças ocorridas no contexto histórico do século XIX interferiram diretamente no cotidiano e na mentalidade das pessoas tanto no continente europeu quanto no americano. A revolução industrial começou na Inglaterra no final do século XVIII, e se expandiu no restante da Europa no decorrer do século XIX, alcançando distantes regiões e necessitando cada vez mais de matéria-prima e de mercado consumidor.

No continente americano as grandes regiões que ainda preservavam o sistema escravocrata começaram a ser pressionadas para que acabassem com a escravidão e adotassem o trabalho assalariado, que melhor atenderia à necessidade de mercado consumidor dos produtos industrializados.

Associados às pressões externas os movimentos abolicionistas cada vez se fortalecem junto à sociedade brasileira ao longo do século XIX. Leis que proibiam a importação de escravos do continente africano por meio do tráfico negreiro e que limitavam a utilização do trabalho escravo eram aprovadas, o que atemorizava os grandes produtores rurais, as oligarquias cafeeiras, que constituíam-se a base econômica do Império do Brasil e que utilizavam-se em grande quantidade dessa forma de trabalho.

Diante desse contexto, o Império começou a aprovar leis de incentivo à imigração europeia. Na Europa, além do impacto da expansão industrial sobre a população, sobretudo em relação à população camponesa, muitas guerras contribuíram para a fragilização dessa população, com destaque para aquelas ocorridas nas regiões italianas e germânicas que levaram à unificação e formação dos estados nacionais da Itália e Alemanha.

Somando-se às dificuldades encontradas pela população sobretudo camponesa em suas regiões de origem na Europa e às políticas e leis do Império do Brasil, favoráveis à imigração europeia, grandes levas de europeus, em sua maioria alemães e italianos mas também de outras regiões, vieram para o Brasil com a esperança de reconstruírem suas vidas, de terem acesso à terra e à melhores condições de sobrevivência. Grande parte desses imigrantes foram encaminhados para as regiões cafeeiras e para o sul do país, parte foi encaminhada para regiões onde se necessitava de mão-de-obra.

Vale lembrar que além da questão do tipo de mão-de-obra a ser utilizada, o Brasil do século XIX também discutia a constituição do povo brasileiro e as consequências do longo período de utilização do trabalho escravo negro, dessa forma, discutia-se questões como o branqueamento da população, o que também favorecia as leis de incentivo à imigração européia branca.

Imigração na Região

Com a política de doação de terras foi atraída inicialmente a população da região do Jequitinhonha e do Rio Doce, o que deu desde cedo uma característica agrária à economia de Philadelphia. As três primeiras grandes propriedades rurais surgidas em meados da década de 1850, fazendas Monte Cristo, Liberdade e Itamunheque, eram ligadas à família Ottoni. Diante das dificuldades encontradas na região a Companhia, ao contrário da sua intenção inicial, teve que fazer uso tanto do trabalho escravo quanto das políticas e acordos de imigração.

Mapa nº 7- Carta Topográfica posse de Monte Christo - 1862 - Na legenda observa-se a descrição dos limites traçados entre a posse destas terras com seis limites sendo eles: com as terras de Augusto Benedicto Ottoni, Manoel Esteves Ottoni, Leonardo Esteves Ottoni, com os índios do Poton, com as águas do São Matheus e com a posse de Philadelphia - Fonte Original: Arquivo Público Mineiro

Esta carta de posse encontra-se anexada à correspondência sobre termo de medição da posse denominada Monte Christo. Foi feita e desenhada por Charles Pelatan engenheiro civil e agrimensor do município de Minas Novas.

Santos e Barroso (2017) destacam que nos documentos e relatórios da Companhia do Mucuri o nome de Joaquim José de Araújo Maia Júnior é constantemente citado.. Ele é o fundador da Fazenda Monte Christo referente ao ano de 1852. (p.36). Neto (2013) reafirma a participação de um grande número de familiares de Ottoni na história da colonização do Vale do Mucuri. Joaquim era cunhado de Ottoni. A imagem apresenta a fachada da sede da fazenda no ano de 2014. O nome da fazenda e seu endereço aparecem no documento de inventário e proteção ao acervo cultural da Prefeitura de Teófilo Otoni.

Imigração Alemã

Dessa forma, em 1854 foi assinado um contrato entre Theóphilo Benedicto Ottoni e a Casa Schlobach e Morgensterns de Leipzig, Alemanha, para a vinda de dois mil agricultores alemães. Entretanto, nesse período já haviam cerca de cem chineses na região trabalhando na construção da estrada.

Assim, nos anos seguintes grandes levas de imigrantes europeus chegaram à região sendo que a primeira leva de imigrantes alemães chegaram em julho de 1856. Diferente do que havia imaginado Ottoni, os custos e despesas das viagens desses imigrantes não foram pagas ou reembolsadas pelo governo, ficando todas as despesas por conta da Companhia, o que agravou ainda mais a sua já dispendiosa situação.

Os imigrantes por sua vez sofreram todo tipo de problemas desde as dificuldades no acesso à terra, o trabalho para o qual não estavam preparados, as doenças, os enfrentamentos com os índios, tudo isso levou a uma grande mortandade e à difusão de notícias na Europa sobre as más condições de vida enfrentadas por eles no Brasil.

Fato interessante citado em alguns documentos e que demonstra o choque entre as expectativas desses imigrantes e a realidade encontrada por eles é que alguns desses alemães contratados pela companhia acreditavam estarem se encaminhando para a América do Norte pois a referência que tinha de “Philadelphia” era a Philadelphia onde se realizaram os congressos que marcaram a independência dos Estados Unidos em relação ao domínio colonial da Inglaterra.

Entretanto, apesar das dificuldades, os relatórios apresentados ao Império indicavam o crescimento da região como pode-se observar no relatório apresentado por Ottoni em 1859:

“Fundada no ano de 1853, conta atualmente 144 casas, das quais pouco mais ou menos 60 de sólida construção e conveniente arranjo. As ruas são largas e dispostas com regularidade. Uma igreja católica e outra protestante acham-se em construção e ficarão concluídas no decurso do ano. A cidade estende-se em uma pequena planície, de que sabem a modo de raios diferentes vales, principalmente habitados e cultivados pelos colonos. O clima é saudável e o solo fertilíssimo.”

Pressionado pela crise enfrentada pela Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri, Ottoni teve que negociar a concessão e aceitar a encampação da Companhia em 1861. A partir daí, o trecho entre Santa Clara e Philadelphia passou a ser administrado por pessoas nomeadas pelo Império.

Embora o fim da Companhia tenha significado o fim do contato da região de Philadelphia com o mar, foi justamente nesse período que a região começou a se recuperar. A produção e o comércio começaram a ter como objetivo o abastecimento do mercado interno. A população voltou a crescer internamente. Esses dados podem ser verificados a partir da análise do censo realizado em 1872 que registrou que o

“(...) número de habitantes era de 6864, sendo 3952 casados, 3852 brancos e 2353 pardos, tendo 5769 analfabetos, havendo 138 das 1190 crianças frequentando as escolas. As casas e fogos totalizavam 876. O número de estrangeiros era de 3131, e da população nacional, havia 8 baianos, 6 pernambucanos, 7 cariocas, 4 paulistas e o restante, 3705, mineiros. Dos estrangeiros, 1270 eram alemães (todos registrados como “acatólicos”), 1083 norte-americanos e 896 portugueses. Em relação à profissão, havia 6 religiosos, 1 jurista, 2 médicos, 2 farmacêuticos e 11 parteiros. Os militares totalizavam 128. O comércio contava com 46 comerciantes e caixeiros, e as costureiras e operários em tecidos eram de, respectivamente, 489 e 319. Havia 31 trabalhadores em madeiras e 21 explorando metais, 6 operários em edificações. O número de lavradores era de 1941, sendo que destes, 1202 são estrangeiros. Finalmente, criados e jornaleiros totalizavam 1043” (ACHTSCHIM).

Pastor Johann Leonhardt Hollerbach

Com a presença de grande quantidade de europeus também a religiosidade passou a ser influenciada pelas ideias protestantes dos locais de origem desses imigrantes. Para tanto, foi fundamental a chegada em 1862 do pastor Johann Leonhardt Hollerbach, da Sociedade Evangélica Missionária da Basileia, da Igreja Luterana alemã, vindo de Wertheim na Baviera, e que chegando ao Rio de Janeiro com destino ao sul do país foi convidado por Theóphilo B.

Ottoni para ir para Philadelphia onde havia grande quantidade de colonos alemães. No ano seguinte à sua chegada fundou a segunda escola do município na qual eram ministradas aulas em alemão e português, hoje denominada Escola Estadual Lourenço Porto, situada hoje no bairro Vila São João.

Em 19 de agosto de 1868 foi inaugurada a primeira Igreja Luterana edificada na Praça dos Alemães (Praça Germânica), a qual no ano de 1942, época da 2ª Guerra Mundial, foi saqueada e destruída. O Pastor Johann Leonhardt Hollerbach trabalhou na região do Vale do Mucuri por trinta e sete anos até a sua morte, em 10 de julho de 1899, tornando-se grande conhecedor da região.

Suas correspondências constituem-se importantes fontes históricas sobre a vida dos imigrantes alemães e demais colonos no período no qual viveu e trabalhou em Philadelphia. A cultura do município de Teófilo Otoni é profundamente marcada por traços e permanências da cultura e da religiosidade dos povos que imigraram para a região no século XIX.

Primeiro Mercado Municipal

Em 4 de novembro de 1874 foi realizada a primeira Exposição Agropecuária e Industrial de Teófilo Otoni onde se apresentou toda sorte de verduras, cereais, café pilado, rapadura, cachaça e cerveja artesanal, tudo produzido no município. Esse evento foi realizado no primeiro mercado municipal construído na quadra, hoje ocupada pelos prédios dos Correios, Sindicato dos Comerciários e Farmácia Brasil.

Emancipação

Em 9 de novembro de 1878 pela lei mineira nº 2.486 e de acordo com o decreto nº 6.368, de 8 de novembro de 1876, deu-se a emancipação de Philadelphia que então se desligou do município de Minas Novas, tornando-se município sendo que sua sede recebeu o nome de Teófilo Otoni, instalada oficialmente em 25 de março de 1881.

Estrada de Ferro Bahia e Minas

Em sintonia com o contexto histórico da segunda metade do século XIX, quando ocorre uma expansão das redes ferroviárias nos países europeus e nos Estados Unidos, o governo imperial brasileiro passa a investir na implantação e expansão das ferrovias em território nacional o que traria tanto desenvolvimento tecnológico para a nação quanto influenciaria para uma maior comunicação e escoamento da produção entre as regiões brasileiras.

Nesse contexto, em 1880 foi criada a Estrada de Ferro Bahia e Minas, antigo sonho da Companhia do Mucuri, comprovando o crescimento e as necessidades da região.

O ano de 1896 foi marcado pela constituição da Fundação do Hospital Santa Rosália, pelo início da construção do Fórum, na Praça Tiradentes, destinado à Câmara Municipal e à Justiça pelo mestre construtor italiano Carlos Torino, e pela fundação por Feliciano Soares da Costa, mais conhecido por Mucuri e Alberto Laender, de uma companhia de transporte fluvial que pelo rio Todos os Santos transportava em canoas, mercadorias e passageiros.

Em 3 de maio de 1898 a Estrada de Ferro Bahia e Minas - EFBM, chega à cidade, fazendo a ligação de Teófilo Otoni com o mar na cidade de Caravelas/BA. A estrada de ferro representou a possibilidade de transporte e escoamento da produção de forma mais fácil e eficiente do que a alternativa existente até aquele momento, a estrada Santa Clara.

Funcionários da E.F.B.M. de Teófilo Otoni-MG. Julho de 1962. Acervo Fotográfico da Secretaria de Educação e Cultura

Desenvolvimento Econômico

O início do século XX foi um período de grande desenvolvimento econômico e urbano com a extração de madeira de lei e com as grandes colheitas de café e cereais ocasionando um elevado movimento no tráfego da Estrada de Ferro Bahia e Minas.

Em 1906 foi inaugurado o prédio do Fórum e o funcionamento de todos os seus segmentos.

Em 1912 a Estrada de Ferro Bahia e Minas é arrendada pela Companhia Francesa “Chemins de Ferr Federaux de L’est Bresiliene”.

A década de 1920 marcou profundamente a cidade de Teófilo Otoni com muitas obras, melhoramento da infraestrutura e consequente modernização. Em 1924 a cidade presenciou a entrada do primeiro veículo movido à gasolina em suas ruas. Era um caminhão grande e barulhento, trazido pelo Dr. Koch, engenheiro da E.F.B.M. No mesmo ano deu-se a construção do Passeio Público, atual Praça Tiradentes. Em 1925 foi construído o Mercado Municipal pelo prefeito Adolfo Sá.

Em 1926 foi instituída a Fundação da Sociedade Síria Libanesa, sob a liderança de Abel Ganem, em decorrência da chegada de muitos libaneses à cidade. Nos anos finais da década, 1927, 1928 e 1929, foram criados, respectivamente, a Escola Normal do Colégio São Francisco pela Congregação das Irmãs Penitentes Ricoletinas; o Ginásio Mineiro, que iniciou seu funcionamento em prédio próprio, construído em apenas quatro meses, na Praça Germânica; e o Colégio São Francisco cujo funcionamento ficou a cargo das Madres Franciscanas.

Quebra da Bolsa de Nova Iorque

Os anos 1930 foram tempos de crise em muitas partes do mundo devido à quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, que abalou a economia não só dos Estados Unidos como também de todas as regiões que dependessem de alguma forma de sua economia. Desde a segunda metade do século XIX o Brasil tinha como principal produto que sustentava sua economia o café e como principal comprador os Estados Unidos.

Diante da crise pela qual passava a economia norte-americana, a exportação de café teve um declínio que culminou na derrocada das oligarquias cafeeiras que dominavam a política brasileira desde o fim do século XIX. As atividades envolvidas com a produção e o escoamento do café foram profundamente atingidas pela crise.

Nesse contexto, em 1930 as atividades da Estrada de Ferro Bahia e Minas foram seriamente atingidas pela crise do café, sendo que em 1934 extinguiu-se o contrato da E.F.B.M. com a companhia francesa. Com a derrocada do café, entretanto, a pecuária desponta promissoramente.

Apesar da crise que ameaçava comprometer a economia da região de Teófilo Otoni, na década de 1930 a cidade ainda presenciou no ano 1931, a Fundação do Automóvel Clube e em 1939 a inauguração do Aeroporto São Jacinto com o pouso do primeiro avião, um Gibson polonês de 130 HP pilotado pelo Capitão da Polícia Militar de Minas Gerais, Altino Machado.

Fim do Ginásio Mineiro

Em dezembro de 1941, por ordem superior “justificada” na contenção de despesas, Benedito Valadares, fecha o Ginásio Mineiro (onde hoje se localiza a Cemig). Apesar do fechamento do Ginásio na década de 1940, não só em Teófilo Otoni como em relação ao próprio país, já se desvinculou da crise que se abateu sobre a década anterior, apresentando maior empreendedorismo e novas possibilidades para o desenvolvimento. Dessa forma, a cidade de Teófilo Otoni teve em 1942 a inauguração do Colégio São José que funcionou sob a direção de padres católicos. Hoje, no prédio, funciona a Escola Municipal Irmã Maria Amália.

Segunda Guerra Mundial

A década de 1940 foi profundamente marcada pela segunda guerra mundial, nesse período o Brasil era governado por Getúlio Vargas e vivia o momento político do Estado Novo. As manifestações e grupos a favor ou contra os fascismos, o comunismo, ou os aliados manifestavam-se claramente no Brasil, ainda que em muitos casos essa prática fosse proibida pelo Estado Novo.

Nesse contexto, a cidade de Teófilo Otoni que tinha sua população formada por muitos alemães e descendentes destes vivenciou um momento que demonstra a tensão criada pelo movimento da guerra internacional e pela dominação nazista na Alemanha.

Em 1942 a Igreja da comunidade alemã que se localizava na Praça Germânica, construída em 1864, foi depredada e queimada, pois era vista símbolo do Terceiro Reich, como representante direta de Hitler. Esse acontecimento levou o medo à população além de destruir importante documentação sobre a constituição da sociedade de Teófilo Otoni.

1945 a 1966

Em 1945, o primeiro cinema de luxo – Cine Vitória, cujo nome exalta a vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial. Em 1946, Miguel Penchel, gerente do Banco do Brasil, e amigos fundaram o Clube de Xadrez que funcionou na parte alta da Casa Herman Marx, hoje Delevy, na avenida Getúlio Vargas.

Já em 1947 Teófilo Otoni pela primeira vez elegeu o seu prefeito, Pedro Martins Abrantes, uma vez que antes os prefeitos eram nomeados pelo governador do Estado. Relevante também nesse ano, foi a inauguração da BR 116 – Estrada Rio Bahia – que ocasionou elevada expansão populacional. O ano 1949 finaliza a década com a inauguração da empresa de refrigerantes Indústria e Comércio Mate Cola Ltda e a instalação na cidade da Caixa Econômica Federal, no térreo do edifício Brasil América, na rua Epaminondas Ottoni.

Em 1950 houve a inauguração da ZYX –7, Rádio Teófilo Otoni; em 1951, a do Clube Libanês, em sede própria; em 1952, do Cine Metrópole na praça dos Alemães; e em 1953 da sede própria do Automóvel Clube.

Em 1953 foi organizada uma grande festa em comemoração aos 100 anos da fundação do povoado que deu origem à cidade de Teófilo Otoni. Para as comemorações foi colocado na Praça Tiradentes um “Arco do Triunfo” com a foto do fundador da cidade.

Em 9 de janeiro de 1955 foi encontrada no município de Teófilo Otoni, pelos garimpeiros Zé Baiano e Tibúrcio, na fazenda Praia Alegre, a mais famosa água-marinha do mundo, a Marta Rocha, que pesava 24,800 Kg, fato que teve grande repercussão. Desde esse período a cidade passou a ser reconhecida mundialmente pelas suas riquezas minerais sendo a extração de pedras preciosas e semi-preciosas bem como sua lapidação e demais atividades que a envolvem fundamentais na história e na economia da região no século XX e princípio do XXI.

Tudo isso se justifica por Teófilo Otoni se localizar na maior província gemológica do Brasil e da América do Sul. Grande número de habitantes do município se dedica às atividades que envolvem as pedras preciosas, às oficinas, à lapidação, dentre outras atividades.

Em 27 de novembro de 1960 foi criada a Diocese de Teófilo Otoni que se instalou em 1961. Nesse ano também chegou na cidade a energia elétrica da CEMIG. Fato de grande importância para a cidade em 1960 foi a trasladação dos restos mortais de Theóphilo Benedicto Ottoni, do cemitério do Catumbi, na cidade do Rio de Janeiro, para a cidade que ele fundou.

O evento foi determinado pelo presidente Juscelino Kubistchek e a urna funerária, a bordo do Vaso de Guerra Argus, esteve todo o tempo sob a Guarda de Honra do Exército Nacional desde a viagem marítima até Caravelas/BA e prosseguiu de lá até Teófilo Otoni via Estrada de Ferro Bahia e Minas; atualmente, segundo o histórico e depoimentos colhidos na cidade, encontra-se sob sua estátua na Praça Tiradentes.

Em março de 1963 foi criado o Internato Rural pelo Pastor Walter Dörr para a formação de técnicos rurais, uma obra da comunidade luterana. No final de 1965, teve início a construção da BR 418, a inauguração do Palmeiras Coutry Club e, em dezembro, a inauguração da 37ª Superintendência Regional de Ensino.

Com o golpe militar em 1964, muitos funcionários da E.F.B.M foram alvos de investigações a respeito de envolvimento com ideias contrárias ao regime, especialmente com ideias comunistas. Com a falta de representação política a nível federal e estadual a cidade de Teófilo Otoni que tinha grande parte de sua população envolvida com a Estrada de Ferro Bahia e Minas, viu no mês de maio de 1966 o encerramento das atividades da ferrovia por ordem do Marechal Castelo Branco, o que prejudicou consideravelmente a economia da cidade.

1967 a 2000

Em 1967 foi criada a Fundação de Arte Paulo VI, assumida em 1986 pelo padre Luciano Campos Laval, que até hoje dirige. Em dezembro de 1971 foi criada a FENORD (Faculdade Educacional do Nordeste Mineiro). De grande relevância para o município foi a instalação da COPASA, em 1972, que passou a servir água tratada à população. Após 44 anos de funcionamento, em 1973 são encerradas as atividades da Escola Normal São Francisco.

Em meados da década de 1970 a economia de Teófilo Otoni enfrentou graves crises no campo que comprometeram a agricultura e a pecuária. Em 26 de julho de 1978 ocorreu a fundação do Conservatório de Música Dona Didinha, hoje Conservatório de Música Teófilo Otoni.

No ano 1980 o Colégio São José passou a ser mantido pela Sociedade de Direito Privado – Frei Conrado. Neste ano a prefeitura executou a drenagem do bairro Grão-Pará, com escoamento sob a Avenida Francisco Sá.

A década de 1980 foi marcada também pela criação da Associação dos Municípios da Microrregião do Mucuri (AMUC) em 1983, pela complementação da canalização do rio Todos os Santos entre as pontes da rua Manoel Esteves e Glória Penchel no bairro Castro Pires, em sistema de gabiões, e pela inauguração do Aeroporto JK, em 1987, que preencheu em definitivo a lacuna existente no transporte aéreo desta cidade.

No início dos anos 1990 a cidade teve a instalação da Cotochés e a criação da FIPP - Feira Internacional de Pedras Preciosas. Organizada pelo GEA e Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni, a FIPP tem se destacado no cenário nacional e internacional no setor gemológico, como o evento mais significativo do Cone Sul das Américas devido ao seu destaque entre os centros produtores e exportadores de pedras preciosas do mundo, motivo pelo qual a cidade de Teófilo Otoni ficou conhecida como a “Capital Mundial das Pedras Preciosas”. Em 1991 foi instalada a Nestlé.

Em 1996 houve o desmembramento do distrito de Belo Oriente o qual foi elevado à cidade passando a denominar-se Novo Oriente de Minas.

2001 a 2005

Em 2001 a prefeitura municipal adquire o Hospital Balbina Bragança e após submetê-lo a reformas e adequações passou a funcionar com o nome de Hospital Municipal Dr. Raimundo Gobira.

O ano de 2002 foi marcado por fortes tempestades e enchentes que deixaram 12 mortos, centenas de desabrigados, houve destruição de residências, estradas e pontes. Apesar das dificuldades enfrentadas pela cidade de Teófilo Otoni em 2002, na área da educação foram inauguradas duas faculdades, a UNIPAC, em 23 de agosto, e as Faculdades Doctum, em 29 de novembro. Em 2004 houve a inauguração das Faculdades IESFATO e UNEC e por último, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, pela Lei Federal 11173, de 6 de setembro de 2005.

Bandeira e Brasão

Geografia

População

Pelo censo do IBGE de 2022, a cidade tem uma população de 137.418 habitantes, um aumento de 1,98% em relação 2010 quando eram 134.745, a densidade demográfica em 2023 é de 39.14 hab./km²

O município limita-se com Novo Oriente de Minas (ao norte), Pavão (ao nordeste), Carlos Chagas (ao leste), Ataleia (ao sudeste), Frei Gaspar e Ouro Verde de Minas (ao sul), Itambacuri (ao sudoeste), Poté e Ladainha (ao oeste), Itaipé e Catuji (ao noroeste). E composto por 5 (cinco) distritos, fora a sede: Pedro Versiani, Crispim Jacques, Rio Pretinho, Mucuri e Topázio.

Distritos de Teófilo Otoni

Distrito Lei de Criação População (2010) População (2022) % 2022
Topázio Nº 1.039 de 12/12/1953 4524 hab. 3729 hab. 2.71%
Pedro Versiani Nº 336 de 27/12/1948 3234 hab. 3034 hab. 2.21%.
Mucuri Nº 6.769 de 13/5/1976 3593 hab. 3213 hab. 2.34%
Crispim Jacques Nº 336 de 27/12/1948 1984 hab. 1570 hab. 1.14%
Rio Pretinho Nº 6.769 de 13/5/1976 1721 hab. 1180 hab. 0.86%
15,056 hab. 12,726 hab. 10.96%

Extensão Territorial

Distrito Área %
Teófilo Otoni 1084,89 km² 33,45%
Topázio 598,54 km² 18,46%
Pedro Versiani 487,00 km² 15%
Crispim Jacques 472,09 km² 14,56%
Mucuri 310,62 km² 9,56%
Rio Pretinho 289,22 km² 8,92%
- 3242.36 100%

Aspectos Naturais

Clima: Tropical úmido

Temperatura: Média anual 23,4°C

Média máxima anual 29,3°C

Média mínima anual 17,1°C

Índice Médio Pluviométrico Anual: 1200mm anual

Hidrografia:

Bacias Hidrográficas: Bacia do Rio Mucuri.

Principais cursos d'agua: Rios Todos os Santos e Pretinho (sub-bacias do rio Mucuri), Córregos: São Pedro, São José, São Diogo, Santo Antônio, São Jacinto, Poton, Gangorinha, Pedra D’água, Inveja e Beija Flor.

Bioma: Mata Atlântica

Vegetação:

Fauna:

Relevo: Região montanhosa com baixadas próximas aos talvegues e muitos boqueirões

Altitude Máxima: 340m acima do nível do mar | Máxima - 1.305 m Local - Pedra da Boca

Altitude Mínima: Mínima - 240 m Local - Crispim Jacques

Economia

Comércio de pedras preciosas e semi preciosas, comércio em geral, agropecuária, prestações de serviços e o setor educacional.

Agropecuária:

Extrativismo:

Indústria:

Comércio e Serviços:

Impostômetro | Arrecadação de Impostos 2019 a 2022:

2019: 2020: 2021: 2022:

Mais Dados:

Impostômetro | Arrecadação de Impostos 2019 a 2022:

2019: 2020: 2021: 2022:
R$ 33.598.492 R$ 62.086.241 R$ 35.077.981 R$ 39.108.419
PIB per capita 19.873,45 R$ [2020]
Receitas de Fontes Externas 78,4 % [2015]
IDHM 0,701 [2010]

Educação

Escolarização de 6 a 14 anos 19.873,45 R$ [2010]
IDEB – Anos iniciais do E.F 78,4 % [2021]
IDEB – Anos finais do E.F 0,701 [2021]
Matrículas no E.F 19.873,45 R$ [2021]
Matrículas no E. Médio 78,4 % [2021]
Docentes no E.F 0,701 [2021]
Docentes no E. Médio 19.873,45 R$ [2021]
Escolas: E.F 78,4 % [2021]
Escolas: E. Médio 0,701 [2021]

Turismo

Turismo Histórico-Cultural: Mercado Municipal, Câmara Municipal, Feira Permanente de Artesanato Mineral da Accompedras, Antiga caixa d'água/Rádio Mucuri.

Turismo Histórico-Cultural (Bahia-minas): Estação De Bias Fortes, Estação De São João, Estação De Pedro Versiani, Caixa D'água, Casas Da Turma 35, Estação Ferroviária De Teófilo Otoni, Hospital Dos Ferroviários (Hospital Municipal de Urgências - Raimundo Gobira), Locomotiva Pojixá, Associação Dos Ex-Ferroviários Da EFBM | Espaço Cultural Bahia-Minas, Pontilhão da Rua Júlio Costa, Estação Aliança e Complexo De Túneis Da Gangorrinha.

Turismo Histórico-Cultural (Praças): Praça Germânica, Praça Tiradentes

Turismo Histórico-Cultural (Centro):Catedral da Imaculada Conceição (Igreja Matriz), Santuário Bom Jesus

Folclore e Tradição: Folia de Reis

Ecoturismo:Serra da Farinha, Cachoeira de Pedra D´água (Mucuri), Praia do Rio Mucuri/Cachoeira da Alemoa (Mucuri), Cachoeira Antônio Berilo (Tópazio)

Turismo Rural: Fazenda Jurema (Pedro Versiane)

Turismo Científico:

Turismo de Aventura: Pedra da Lajinha, Pedra do Kaladão

Turismo de Esportes: Praça de Esportes

Turismo de Negócios: Feira Internacional de Pedras Preciosas, Museu de Pedras Preciosas da Lajinha, Festival da Uva no Córrego Brejaúba (Comunidade da Lajinha),

Turismo Gastronômico: Feira Coberta da Bela Vista,

Turismo Religioso:

Turismo de Lazer: Lagoa do Marajoara (Parque Dr. Laerte Laender), Lagoa do Ipiranga, Clube Caninha Verde

Cultura

Datas comemorativas

7 de Setembro - Dia da Emancipação Política do Município

Relação de Bens Protegidos pelo Município, pela União ou pelo Estado

Estádio Nassri Mattar Antigo Hotel São Francisco
Câmara Municipal Fachadas do Edifício dos Correios
Prédio da CEMIG Pantheon Theophilo Benedicto Ottoni
Pontilhão à R. Júlio Costa Túmulo do Capitão Leonardo Esteves Otoni (Escravocrata)
Túnel da antiga estrada de Ferro Bahia&Minas (Tunel A da Turma 38 - Km 09) Locomotiva Pojixá
Túmulo do Pastor Johann Leonhard Hollerbach Encenação da Paixão de Cristo
Praça Tiradentes Conj Paisag. da Praça Germânica
Roda de Capoeira e/ou Ofício de Mestre da Capoeira (Proteção Federal) Folias de Minas (Proteção Estadual)
Violas de Minas (Proteção Estadual)

Naturais de Teófilo Otoni

Léo Magalhães (Cantor): Atualmente é o cantor de mais sucesso, sendo bastante conhecido pelos shows beneficiantes na cidade.

Ademir Camilo (político)

✟ Aécio Ferreira da Cunha (político)

✟ Antônio Gonzaga Almeida (Toninho Almeida): Atuou pelo América e Concórdia de Teófilo Otoni, Cruzeiro, Vila Nova, Sport entre outros, em 288 partidas nunca foi expulso.

Carlos Fulgêncio da Cunha Peixoto: Foi ministro do STF, seu pai Eustáquio da Cunha Peixoto foi uns dos fundadores do Hospital Santa Rosália e Tiro Guerra.

✟ Celso Ferreira da Cunha: Filho de Tristão Ferreira da Cunha, e tio de Aécio Neves, fez parte da Academia Brasileira de Letras, autor de diversas obras sobre gramática.

✟ Abelardo Dutra Meireles: Um dos maiores ataques da história do Cruzeiro, em 157 jogos fez 82 gols, um gol a cada dois jogos em média.

Fahel (Jogador)

✟ Félix Guisard: Félix Guisard foi um dos pioneiros da industrialização do Vale do Paraíba na última metade do século XIX, por ser o fundador da Companhia Taubaté Industrial (CTI) em 1894 para a produção de meias e camisas tecidas de algodão.

Frederico Chaves Guedes (Fred)

✟ Geraldo Nunes: Gravou o grande sucesso "A velha debaixo da cama", que vendeu mais de 800 mil cópias.

✟ Glaciomar Machado: Foi membro da Academia Nacional de Medicina (ANM).

✟ Kemil Said Kumaira: Foi vereador de Teófilo Otoni, e deputado estadual por diversas vezes, dá nome ao aeroporto local.

Leo Áquilla: Jornalista, youtuber, drag queen, cantora e política brasileira.

✟ Luiz Leal: Exerceu o mandato de deputado federal constituinte em 1988, além de ter sido prefeito de Teófilo Otoni.

Neilando Pimenta: Além de deputado, é advogado, e fundador da Unipac de Teófilo Otoni.

Nilmário Miranda (Deputado Estadual e Federal)

Pereira da Viola (Cantor): Cresceu na Comunidade Quilombola São Julião.

✟ Tristão Ferreira da Cunha: Pai de Aécio Ferreira da Cunha, e avó de Aécio Neves da Cunha.

✟ Vicente Amar: Cantor e Compositor.

Walter de Souza Ribeiro: Militar e jornalista brasileiro, um dos desaparecidos políticos no Brasil da era da ditadura militar brasileira.

Esporte

Os três maiores times da história de Teófilo Otoni são o América, Santo Antônio e Concórdia Atlético Clube, este último não chegou ao profissional.

Mapa da Cidade de Teófilo Otoni

Tempo na Cidade de Teófilo Otoni

Fonte: IBGE

Fonte: Fundação João Pinheiro

Fonte: Site da Prefeitura de Teófilo Otoni

Fonte: Iepha

Fonte: Museu Virtual Vale do Mucuri