O Negro no Mucuri e a Estrada de Ferro Bahia e Minas
Quando pensamos na história de Teófilo Otoni já vem a cabeça a imigração alemã, mais tarde os libaneses no comércio, os padre italianos, porém nós negros somos hoje 75% da população, onde estamos nessa história?

O Negro no Mucuri e a Estrada de Ferro Bahia e Minas
Quando pensamos na história de Teófilo Otoni já vem a cabeça a imigração alemã, mais tarde os libaneses no comércio, os padre italianos, porém nós negros somos hoje 75% da população, onde estamos nessa história?
Em outubro de 1880, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Bahia e Minas, e em agosto de 1881, inauguraram-se os primeiros 500 metros da EFBM. Em 03 de maio de 1898, foi inaugurada a estação de Teófilo Otoni.
Foi inaugurada com toda pompa e festividade no dia 03 de maio, conforme nos relata a reportagem da revista local Confronto:
“Antes mesmo do badalar do sino da Igreja Matriz, às cinco horas, a maioria da população já se movimentava na agradável manhã, sob grande expectativa, enquanto grupos de exaltados com instrumentos musicais improvisados percorriam as ruas centrais, acordando os retardatários, convocando-os para o maior acontecimento do primeiro século da existência da cidade, a inauguração da Estação da Estrada de Ferro Bahia e Minas.”
A Estrada de Ferro Bahia e Minas só existiu devido ao negro, esses homens, mineiros e baianos que cortaram os paredões, colocaram os trilhos, carregavam e descarregavam os vagões das locomotivas, consertavam as máquinas, foram fundamentais, e precisam ter sua história preservada.
A empresa chegou a ter dois mil empregados em Teófilo Otoni, e pode ser considerada a maior companhia empresarial que houve na cidade.
Hoje, na Rua Júlio Costa temos a comunidade Quilombola Margem da Linha, uma caso único de um Quilombo (urbano) formado partir de uma ferrovia, um dos próximos assuntos.
“A ferrovia ofereceu o escoamento necessário para a produção cafeeira, alterando de forma significativa as relações comerciais do vale do Mucuri. A ferrovia ocupou papel central para a consolidação da produção do café e outras atividades extrativistas, como a madeira, fazendo a ligação da economia local com outras regiões do Brasil. Desse modo, a região passou a acompanhar a tendência de produção agrária exportadora predominante dos grandes centros da Primeira República. Tanto assim que, segundo o orçamento municipal de 1892, Teófilo Otoni tinha como receita anual pouco mais de 4 contos de réis, e em 1900 esse valor já superava a marca dos 85 contos de réis, chegando a 551 contos de réis em 1930 e 694 contos de réis em 1931. ”(ACHTSCHIN E SOREL, p. 11, 2015).
Fontes: