Bairro Palmeiras
O Bairro Palmeiras faz parte da Zona Oeste de Teófilo Otoni, fazendo divisa com os bairros de Minas Novas, Gangorrinha, Frei Dimas, Jardim das Acácias e Nossa Senhora das Graças.
Bairro Palmeiras
O Bairro Palmeiras faz parte da Zona Oeste de Teófilo Otoni, fazendo divisa com os bairros de Minas Novas, Gangorrinha, Frei Dimas, Jardim das Acácias e Nossa Senhora das Graças.
História
Os bairros Palmeiras, São Diogo, Jardim das Acácias, Laerte Laender, Filadélfia, e região do Aeroporto Kemil Kumaira (antigo JK), tem uma origem em comum, e elas remetem a Alberto Laender.
Alberto Laender
Nascido em 1867, filho de um imigrante de origem alemã, proveniente de Colmar que é uma cidade na região de Grand Est do nordeste de França, perto da fronteira com a Alemanha, chegaram em Teófilo Otoni (na época Filadélfia), por volta de 1856.
Fazendas
Alberto Laender foi proprietário das fazendas Alegria e São Diogo, fazendeiro e cafeicultor, foi pioneiro na produção de Cacau. Suas fazendas tinham extensão da Estação Ferroviária, Bahia e Minas, até a região ainda rural, onde hoje está localizado os bairros Palmeiras, São Diogo, Jardim das Acácias, Laerte Laender, Filadélfia (antigo Alegria).
Alberto, se aproveitou da sua localização para adquirir uma máquina de beneficiamento de café, que utilizava água do córrego São Diogo para girar as engrenagens do maquinário. Foi um dos fundadores da Companhia Força e Luz Epaminondas Otoni, primeira concessionária de energia de Teófilo Otoni.
Urbanização
O processo de urbanização dos bairros já citados se deu por intermédio dos seus descendentes.
Morro do Feijão Bebido
O Morro do Feijão Bebido (hoje rua Concórdia), que tem a sua história ligada ao Bairro Palmeiras, onde devido ser um morro de terra, não era possível descer para comprar farinha para comer no feijão.
Comunidade Quilombola Margem da Linha
A “Estrada de Ferro Bahia e Minas”, inicialmente propriedade da Província da Bahia, começou a ser aberta em 1881, ligando Caravelas, no litoral baiano, à serra de Aimorés, na divisa com Minas Gerais. Somente no ano de 1898, esta ferrovia chegou a Teófilo Otoni e foi inaugurada com toda pompa e festividade no dia 03 de maio.
A maioria dos trabalhadores era negros, muitos vindo de Helvécia na Bahia, uma mistura de ex-escravizados, visto que sua construção se iniciou no período escravista, ou filhos e netos desses, que buscavam uma acensão através do trabalho, sendo importante destaca duas a três gerações trabalhando na mesma ferrovia, uma vez que aos 15 anos adolescentes já estava na "escola técnica" que já funcionava como um trabalhador padrão.
Às margens do antigo leito da ferrovia, hoje Rua Júlio Costa, Bairro Palmeiras, habitavam os próprios funcionários da Estrada de Ferro Bahia e Minas, que precisavam morar próximo ao trabalho, passando ocupar toda a Margem da Linha, formando uma grande família, como a sua cultura própria, dado a Teófilo Otoni uma caso único de um Quilombo (urbano) formado partir de uma ferrovia. Em 23 de Outubro de 2023 a Fundação Palmares reconheceu a Margem da Linha como Remanescente de Quilombolas.
Outro fato a se destacar é que até 1950 ainda existia a prática de açoites pelos chamados "feitores" homens brancos que usam de violência contra os negros para trabalharem mais rápido, ou por consumir álcool (devido as altas cargas de trabalho era muito comum o consumo de álcool para lidar com as longas e jornadas de trabalho, e as péssimas condições impostas).
Pela Lei Ordinária nº 2.312, de 16 de junho de 1983, de autoria do vereador Ary Pereira Ferreira, "Ficou Denominada Rua Júlio Costa O Leito Da Estinta Estrada De Ferro Bahia Minas, Iniciando Na Estaçao Rodoviaria, Rumo a Cidade De Ladainha, Em Toda Sua Extensao Habitada E Habitavel No Futuro."
Importância Econômica
A empresa chegou a ter dois mil empregados em Teófilo Otoni, e pode ser considerada a maior companhia empresarial que houve na cidade, sendo fundamental para o fim da "Teófilo Otoni rural" para início do processo de modernização.
Segundo dados da CEDEFES de 2009, na Margem da Linha existia cerca de mais ou menos seiscentas moradias e aproximadamente dois mil e quatrocentos moradores, em terras anteriormente da união, cedidas ao município.
Associação Cultural Ferroviários da Bahia-Minas (ACFBM)
A comunidade realiza os festejos da Folia de Reis, existe também a associação de moradores, e a Associação Cultural Ferroviários da Bahia-Minas (ACFBM) - Teve sua sede Inagurada como Associação Cultural e Museu Ferroviário Bahia-Minas em novembro de 2008-, que foi criada com intuito de valorizar os homens negros, da Bahia e Minas Gerais que ajudaram construir e transformar Teófilo Otoni, e o Vale do Mucuri, muitas vezes perdendo membros, ou até mesmo a vida.
Criada com intuito de resgatar a história da Bahia-Minas, segunda a presidente, Perpétua de Jesus, o local foi a casa do chefe da estação Júlio Costa, e que após muita luta conseguiram o direito de retomar o local, porém muita coisa se perdeu, tanto materiais que morfaram, quando a perda da estrutura original, como o piso de madeira.
O local busca se transformar também em Museu, além de já ter o Coral Vozes da Bahia-Minas, que faz apresentações em diversos eventos da cidade, resultado da tentativa de resgate do local.
Quem Foi Júlio Costa?
Nascido no Distrito de Helvécia (Nova Viçosa), Júlio Costa, que era descendente de escravizados, nasceu a 01 de julho de 1915, e faleceu em 26 de julho de 1982 em Teófilo Otoni, aprendeu na colônia negra de Helvécia o dialeto Nagô (Iorubá-Nagô)
Morou em sua cidade natal até os 25 anos, onde trabalhava com o tio, na exploração de madeira para a Rede Ferroviária Bahia-Minas, em 1940/1941 vem para Teófilo Otoni, onde começou a trabalhar na ferrovia, exercendo as funções de maquinista e foguista. Teve participação importante na construção dos paredões que aconteciam em regime de mutirão devido o alto nível de força necessários, e a falta de instrumentos adequados.
Mais tarde foi promovido a maquinista de 1ª classe por indicação do Governador de Minas Gerais, Benedito Valadares, que fez uma viagem especial a Teófilo Otoni e Ponta de Areia, na Bahia, e devido ter visto grande eficiência e responsabilidade em Julio Costa, o promoveu.
Em 1942, se casou com Julita Monteiro em Nanuque, e passou a residir aqui no bairro Palmeiras, tendo Maria das Dores como sua única filha.
Vista do Local Via Drone
Mapa do Bairro Palmeiras
Bairro Palmeiras
CEP | Logradouro |
---|---|
39804-076 | Avenida Júlio Carlos Sambuc |
39804-087 | Praça dos Ferroviários |
39804-081 | Rua João Pinto Godoy |
39804-088 | Rua José Cirino |
39804-077 | Rua José Muniz |
39804-192 | Rua Júlio Costa |
39804-075 | Rua Maria Cigana |
39804-085 | Rua Maria Francisca |
39804-083 | Rua Martiniano de Souza Guedes |
39804-079 | Rua Recanto das Rosas |
39804-078 | Rua Tibério Ramos |
39804-080 | Rua Umbeina Faria Sena |
39804-082 | Rua Zilda Onofre Carvalho |
39804-086 | Travessa Ana Aguiar |
39804-131 | Travessa Figueiredo |
39804-084 | Travessa José Ferreira Sena |
39804-130 | Travessa Pinheiro |
Bairros
Atualmente são 65 bairros em Teófilo Otoni, incluindo os Loteamentos Buritis e Laranjeiras.
Fonte: