Bairro Novo Horizonte

O Bairro Novo Horizonte faz parte da Zona Norte de Teófilo Otoni, fazendo divisa com os bairros Bela Vista, Grão Pará, São Jacinto, Jardim Iracema, e Matinha

Bairro Novo Horizonte (Boiadeiro)

O Bairro Novo Horizonte faz parte da Zona Norte de Teófilo Otoni, fazendo divisa com os bairros Bela Vista, Grão Pará, São Jacinto, Jardim Iracema, e Matinha.

Origem do Nome: O Boiadeiro tem relação com a Estrada do Boi, mais tarde teve seu nome mudado como forma de combater a discriminação que o primeiro carregava.

História

No fim da década de 1970 e início da de 1980, o que hoje é o Bairro Novo Horizonte era apenas a franja de um latifúndio, distante do centro de Teófilo Otoni. O terreno acidentado pertencia verbalmente à Dona Marieta, que vivia ali sozinha em extrema pobreza.

Migração e o surgimento de uma comunidade:

As margens da Estrada do Boi tem sua ocupação já na década de 40, sendo ainda uma estrada de terra, visto que moradores ganharam a vida desencravando carros e hospedando viajantes na época das chuvas.

Com a intensificação da migração do Nordeste Mineiro na 1960/1970 e refluxo dos anos 1980, muitos, sem ter para onde ir, se instalaram na região. Em troca de alimento, Dona Marieta lhes concedia pedaços de “suas terras”, para a construção de barracos de madeira, lonas ou outras matérias. Assim nasceu a Favela do Boiadeiro, marcada pela luta por moradia digna e melhores condições de vida.

A grande diferença para a formação do Boiadeiro é a sua população de origem rural, trabalhadores expulsos sem nenhum direito, o que vinha fugindo da seca, violência (alguns eram donos de terra), falta de emprego e fome.

A imagem mostra o prédio do antigo Colégio São Francisco no Grão Pará, ao fundo o ainda inexistente Bairro Novo Horizonte, ainda com as primeiras casas.

Um marco dos movimentos sociais:

Inspirados pela Teologia da Libertação e pelo bispo Dom Quirino, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) se multiplicaram na Favela do Boiadeiro. A Igreja Católica se tornou um importante apoio na luta por direitos e justiça social, tornando a favela um símbolo dos movimentos sociais da época.

Enfrentando as enchentes e a negligência:

As margens da Estrada do Boi, onde se formou a favela, já eram ocupadas desde os anos 1940. Enchentes violentas na década de 1980 desabrigaram milhares de famílias, levando à construção do Bairro Jardim Pindorama pelo poder público.

Uma nova cultura e a organização popular:

As famílias migrantes encontraram na Favela do Boiadeiro uma nova cultura, onde elementos rurais e urbanos se misturavam. Mediadores provenientes de comunidades rurais e urbanas promoviam reflexões, organização e ações, impulsionando os movimentos sociais e sindicais da década de 1980.

A Igreja Católica na linha de frente:

Padres como Antonio Mamedi tiveram papel fundamental na luta pela ocupação da favela e na trajetória da Igreja Católica. Segundo ele, a população vinha da zona rural, sendo despejada de suas terras, o que originou um drama social em Teófilo Otoni.

Luta por direitos e contra a repressão:

As lutas na Favela do Boiadeiro não se resumiam apenas à moradia. Em 1980, uma enchente no bairro Bela Vista deixou muitas pessoas desabrigadas. A população se uniu e invadiu a prefeitura, impedindo a desapropriação da área. Mais tarde, os moradores do Morro do DER lutaram pela falta de água.

Um legado de resistência:

A Favela do Boiadeiro é um exemplo da luta por direitos e da força da organização popular. Apesar das dificuldades e da repressão, a comunidade se uniu e conquistou melhorias significativas em suas vidas. Sua história é um lembrete da importância da luta por justiça social e da construção de um futuro mais digno para todos.

Vista do Local Via Drone

Mapa do Bairro Novo Horizonte