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Locomotiva Pojixá

Em outubro de 1880, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Bahia e Minas e em agosto de 1881, inaugurou-se os primeiros 500 metros da EFBM. Em 03 de maio de 1898, foi inaugurada a estação de Teófilo Otoni, com grande festa preparada pela elite local, com significativa participação popular.

História da Locomotiva Pojixá

Em outubro de 1880, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Bahia e Minas e em agosto de 1881, inaugurou-se os primeiros 500 metros da EFBM. Em 03 de maio de 1898, foi inaugurada a estação de Teófilo Otoni, com grande festa preparada pela elite local, com significativa participação popular. Neste episódio há relatos de que um rapaz adentra-se à mata, sendo encontrado agonizante e traspassado por uma flecha atribuída aos Pojixás, indígenas que habitavam a região. Esse fato ficou marcado na memória da população e é relembrado sempre que se fala dos tempos iniciais da estrada de ferro ou da locomotiva, que leva o nome Pojixá, que se encontra na Praça Tiradentes.

A presença da locomotiva na Praça Tiradentes, local que representa a própria fundação da cidade, é um exemplo da tentativa de preservação da memória tanto da cidade quanto dos seus habitantes. A “Pojixá” é uma das primeiras locomotivas que entraram em Teófilo Otoni pela Estrada de Ferro Bahia e Minas no início do século XX.

Fabricada em 1912 pela Baldwin Locomotive Works, localizada na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos da América, De pequeno porte, capaz de puxar de três a quatro vagões, é uma Locomotiva Baldwin modelo AAR 2-6-2 com tender. Foi produzida em 1912 e entrou no Brasil para servir à EFBM em 1920, funcionou até, aproximadamente, 1950.

Segundo Arisbure Batista Eleutério, ex-ferroviário, e filho de ferroviário, que trabalhou muitos anos na ferrovia, as locomotivas americanas se adaptavam melhor às condições da estrada de ferro por serem mais leves que as alemãs. A “Pojichá” foi doada ao município de Teófilo Otoni e colocada na Praça Tiradentes na administração de Antônio Barbosa em 1969.

Praça Tiradentes, Teófilo Otoni – MG Primeira metade da década de 50 do século XX. Acervo Fotográfico da Secretaria de Educação e Cultura
“Pojixá” locomotiva a vapor na Praça Tiradentes, Teófilo Otoni – MG. Acervo Fotográfico da Secretaria de Educação e Cultura.
Funcionários da E.F.B.M. de Teófilo Otoni-MG. Julho de 1962. Acervo Fotográfico da Secretaria de Educação e Cultura
Funcionários da E.F.B.M. de Teófilo Otoni-MG. Acervo Fotográfico da Secretaria de Educação e Cultura

A primeira locomotiva a vapor foi construída na Inglaterra, em 1804 por Richard Trevithick, que combinou o a máquina a vapor desenvolvida por James Watt em 1763, com as locomotivas existentes na época. Nas locomotivas a vapor: a combustão proveniente da combinação do carbono e hidrogênio contidos no carvão , com o oxigênio do ar, produz calor e é um exemplo da transformação da energia química em energia térmica. A água entra em ebulição à temperatura elevada e se transforma em vapor.

Se a experiência for feita num recipiente arrolhado, o vapor formado aumenta de volume e não podendo dilatarse livremente adquire força expansiva e faz saltar a rolha. Assim a força expansiva do vapor, que é uma energia térmica, convenientemente aproveitada, pode transformar-se em energia mecânica ou de movimento e ser empregada nas máquinas a vapor como força motriz.

A locomotiva faz a tração de veículos sobre trilhos. Consta da caldeira, mecanismo motor e veículo. Este consta de um chassi suportado por certo número de rodeiros, assentado sobre ele as diversas partes da máquina. Os motores (cilindros) são em número de dois e acionam as rodas motoras pôr meio do sistema biela-manivela.

A locomotiva a vapor é constituída basicamente de:

I) Caldeira: onde é produzido vapor de água;

A caldeira compreende as seguintes partes Caixa de fogo: em cujo interior se aloja a fornalha.

Corpo cilíndrico: contem os tubos superaquecedores que são destinados ao aumento da superfície de aquecimento onde se da a vaporização completa da água, de maneira a não trabalhar com vapores saturados nos cilindros.

Caixa de fumaça: câmara onde os gases da fornalha se encontram com o vapor vindo dos cilindros e saem pela chaminé.

II) Mecanismo: conjunto de elementos mecânicos que têm por objetivo transformar a energia calorífica dos combustíveis em energia mecânica, transmitir o movimento resultante dos êmbolos aos eixos motrizes e transformar esse movimento retilíneo alternado em circular contínuo para as rodas;

III) Veículo: constituído pela carroceria (caixilho) ,rodas, eixos, caixas de graxa e molas.

Segundo a natureza do serviço, a locomotiva pode destinar-se exclusivamente ao transporte de viajantes, de carga ou fazer ambas. A cada uma dessas finalidades costumava-se denominar um correspondente tipo de máquina: Locomotiva de Viajem, Locomotiva de carga, Locomotiva mista.

As principais características técnicas da “Pojixá” são: bitola de 60 cm; capacidade de carga de 35 toneladas; comprimento de aproximadamente 15 metros; sistema de tração em seis rodas; freios de acionamento mecânico; sistema de amortecimento a partir de feixe de molas; limpador de trilhos; e vagão tender capaz de carregar água e carvão para abastecer a caldeira. Há diversas semelhanças entre a Baldwin AAR 2-6-2 e outros modelos a vapor produzidos pela fábrica Baldwin, entre eles o modelo Baldwin 2-6-0 (Mogul).

Fonte: Dossiê de Tombamento da Locomotiva Pojixá de Teófilo Otoni