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História da Praça Germânica - Praça da Cemig

História da Praça Germânica - Praça da Cemig

Guia de Bens Tombados de Teófilo Otoni

1. Contexto Histórico do Brasil no Século XIX

Em meados do século XIX, o Brasil passava por grandes transformações no setor econômico, com o desenvolvimento de novas culturas agrícolas, a construção de ferrovias, o início da industrialização, e a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre. Porém, o país não tinha mão de obra suficiente para suprir toda a demanda de trabalho. Além disso, muitas áreas eram despovoadas, o que dificultava a ligação entre as várias regiões do país e, consequentemente, o progresso econômico.

2. Política de Imigração no Império

Assim, o governo imperial adotou uma política de imigração que, entre outros objetivos, buscava promover o fortalecimento do mercado com novos trabalhadores e a ocupação de terras não habitadas. Naquela época, muitos países europeus passavam por grandes dificuldades econômicas e sociais, e a imigração era, até certo ponto, incentivada pelos próprios governos. O ano de 1824 marca a entrada de um grande número de imigrantes alemães no país. Uma parte estabeleceu-se em Nova Friburgo (RJ), mas a maioria foi para São Leopoldo (RS), onde fundaram a sua maior colônia.

3. Incentivos à Imigração no Segundo Reinado

Já no Segundo Reinado, a partir de 1848, a imigração foi incentivada com a Lei Imperial nº 514, que previa a destinação aos governos provinciais de terras devolutas para serem usadas exclusivamente para colonização. A imigração podia ser promovida de forma oficial, neste caso era subvencionada e realizada pelo governo ou por particulares. E também podia ser feita de forma espontânea, com todas as despesas sob a responsabilidade do próprio imigrante. No Vale do Mucuri, o responsável pela imigração foi, em um primeiro momento, a própria Companhia do Mucuri que, por meio de um contrato estabelecido com uma instituição de Leipzig, trouxe os imigrantes para o Brasil. Depois, este trabalho ficou a cargo da Associação Central de Colonização, órgão do governo formado em 1858.

4. Objetivos da Imigração no Vale do Mucuri

No caso do Vale do Mucuri, a imigração tinha o objetivo de colonização, visando o desenvolvimento econômico da região. Para isso, foram abertos núcleos coloniais para o povoamento das terras não habitadas e aptas para a produção agrícola. Outras famílias se estabeleceram no núcleo urbano, onde se tornaram comerciantes e artífices. Estas famílias continuavam professando sua religião, falando sua língua e seguindo seus costumes. Para garantir conforto espiritual a estes colonos, foi construída uma igreja luterana, pois a maioria professava a religião evangélica. O local escolhido foi uma espaçosa praça que ficou conhecida oficialmente como Praça Germânica, e popularmente como Praça dos Alemães. Neste espaço, os imigrantes se encontravam, realizavam cerimônias de casamento e outras comemorações. Ao longo dos anos, a Praça passou por inúmeras intervenções, e até hoje é um dos principais espaços de sociabilidade dos descendentes dos imigrantes alemães.

5. Histórico do Bem Cultural

O Vale do Mucuri começou a se desenvolver na metade do século XIX, quando o político liberal e republicano Teófilo Otoni fundou naquela região a Companhia do Mucuri. Seu objetivo era promover o desenvolvimento da agricultura e do comércio com a ligação da região norte de Minas Gerais com outros estados brasileiros por meio de rios navegáveis, fortalecendo, desta maneira, os meios de comunicação e diminuindo as distâncias. Para isto, o grande atrativo era o Rio Mucuri, que nasce em Minas Gerais e chega até a Bahia para desaguar no Oceano Atlântico. Por ele foram transportados trabalhadores, mantimentos e ferramentas, itens imprescindíveis para o crescimento das cidades e a manutenção das colônias.

6. A Companhia do Mucuri e a Navegação

Tendo como base o projeto de 1837 elaborado pelo engenheiro Pedro Victor Renault, e depois de realizar expedições em 1847 para se certificar da viabilidade de navegação no rio Mucuri, Teófilo Otoni empenhou-se na criação de uma Companhia de Navegação e Comércio. A Companhia começou a operar em 1851, realizando novos estudos e pesquisas e iniciando a construção de navios, estradas, pontes, armazéns, entre outras operações necessárias para o seu funcionamento. Assim, em 1853 já navegava pelas águas do Mucuri o Vapor Santa Clara.

7. Fundação de Filadélfia (Teófilo Otoni)

Mas era preciso criar um ponto de apoio e de encontro para aqueles que iam e vinham pelo rio. Assim, Filadélfia - primeiro nome da cidade de Teófilo Otoni - foi fundada em 07 de setembro de 1853. Na época, era uma localidade de ruas planas e traçado linear, que facilitava o tráfego de pessoas e mercadorias e já abrigava armazéns e a casa do administrador da Companhia. De acordo com o pastor Walter Schlupp e o Frei Samuel Tetteroo, o alinhamento das ruas foi feito pelo engenheiro Robert Schlobach, um alemão encarregado do planejamento de Filadélfia.

8. Desenvolvimento Urbano e Estradas

Alguns anos mais tarde, Filadélfia foi ligada a Santa Clara por uma estrada de terra aberta ao trânsito, oficialmente, em 23 de agosto de 1857. Esta favoreceu ainda mais o comércio da região e a circulação de produtos vindos do Rio de Janeiro. Com isso, o núcleo urbano ia se desenvolvendo e, neste mesmo ano, passou de povoação a distrito de paz e, simultaneamente, à freguesia pela lei provincial nº 808 assinada pelo Presidente da Província Joaquim Delfino Ribeiro da Luz.

9. Colonização com Imigrantes Europeus

Contudo, era preciso aumentar a mão de obra naquele local. A maneira encontrada por Teófilo Otoni foi colonizar a região com imigrantes europeus. Nessa época, a política de imigração em Minas Gerais estava voltada para o povoamento e ocupação de áreas livres, visando o desenvolvimento agrícola. Assim, entre os anos de 1853 e 1854, Teófilo Otoni estabeleceu contato com a empresa Schlobach e Morgenstern da cidade de Leipzig, na Saxônia, para negociar a vinda de dois mil colonos alemães. O acordo previa que os colonos deveriam possuir capital próprio para pagar as despesas de partes da viagem e também para pagar, em parcelas, as terras ocupadas. Esta era a vontade de Teófilo Otoni, pois acreditava que:

"não convinha atrair para aquelas matas colonos proletários, cuja posição no país que deixassem não desse maior garantia de sua aptidão para virem fazer fortuna em uma terra onde o futuro é o mais brilhante possível, mas cujas grandes vantagens podiam não aparecer desde o princípio, e quis a companhia evitar o recebimento de indivíduos que, se por ventura desanimassem no seu ensaio de trabalho do primeiro ano, pudessem-na abandonar deixando-lhe o encargo de despesas de passagens, etc." (OTTONI, 1859, p. 5).

10. Chegada dos Primeiros Imigrantes Alemães

Alguns historiadores, como Walter Schlupp, Samuel Tetteroo e Olavo Timmers, que escreveram ainda nas primeiras décadas do século XX sobre a história de Teófilo Otoni, afirmam que os primeiros imigrantes alemães chegaram em 1856 pelo porto de Santa Clara. "No ano de 1856 importou a Companhia uns 150 imigrantes, que começaram a derrubar a mata e plantar. Em 1857, a casa Schlobach de Leipzig mandou mais 149 colonos que foram colocados em diversos pontos da estrada Santa Clara-Filadélfia". (TIMMERS, 1969, p. 34).

11. Mudanças no Projeto de Colonização

Porém, os colonos que chegaram em 1857 vieram com todas as despesas pagas. O próprio Teófilo Otoni lamentou a discordância de seu projeto original e justificou a mudança devido à urgente necessidade de mão de obra para a abertura da estrada de Santa Clara a Filadélfia.

12. Chegada de Colonos e Críticas à Associação de Colonização

Depois disso, os colonos começaram a chegar no Vale do Mucuri por meio dos acordos firmados entre a Companhia do Mucuri e a Associação Central de Colonização, que tinha financiamento do Governo Imperial. Porém, são muitas as queixas de Teófilo Benedito Otoni sobre a atuação desta associação e sobre os imigrantes recrutados. De um lado, há a acusação do envio de pessoas degredadas, inválidas, criminosos, imigrantes desqualificados para o trabalho na terra. Do outro lado, a acusação de que os agentes europeus faziam promessas irreais, como atesta o Barão Tschudy (1818-1889), que visitou o Mucuri em 1858:

"Uma verdadeira maldição para os imigrantes são os agentes sem consciência que impestam quase todas as comarcas da Europa, iludindo as infelizes vítimas com promessas mentirosas." (TSCHUDY apud SCHLUPP, 1953).

13. Diversidade Cultural dos Imigrantes Alemães

Os alemães vinham de diferentes regiões da Alemanha, como Saxônia, Baden, Württemberg, Renânia, Holstein, Hamburgo, Hannover, e se instalavam nas colônias do Mucuri. Junto com eles chegava também uma diversificação cultural traduzida em diferentes costumes. Uma das formas de manter um elo com seu passado era pelo uso da língua alemã, que era falada principalmente dentro de casa, mas que a escola e a casa de oração ajudaram a manter e a transmitir para aqueles que nasciam no Brasil.

14. A Chegada do Pastor Hollerbach e a Educação

Em 1862, chegou a Filadélfia o pastor evangélico Johann Leonhardt Hollerbach (1835-1899), que havia sido contratado pelo Governo Imperial para atuar junto aos grupos de imigrantes no Brasil. Ele chegou aqui por meio da Sociedade das Missões da Basileia, uma instituição religiosa com sede na Suíça que teve importante papel na assistência religiosa e também social de diversas localidades. No Brasil, o pastor Hollerbach atuou na alfabetização dos pequenos imigrantes e dos filhos de imigrantes. Em 1863, ele criou a primeira escola primária de Filadélfia, lecionando em sua própria casa em português e alemão. Além disso, celebrava as missas na primeira igreja luterana de Teófilo Otoni, que foi feita de madeira e ficava no morro do antigo cemitério.

15. Dificuldades dos Primeiros Imigrantes

Os primeiros imigrantes enfrentaram grandes dificuldades: o clima totalmente diferente, com muito calor e chuvas, as doenças e as epidemias, principalmente o tifo, o sofrimento com febre, feridas e bichos de pé, a alimentação a que não estavam acostumados, a falta de recursos, víveres e de assistência médica. Destarte, muitos morreram, outros voltaram para seu país ou foram para outras regiões do Brasil. Mas a maioria continuou no Vale do Mucuri, e apesar das dificuldades enfrentadas pela Companhia, e de sua posterior encampação pelo Governo Imperial, os alemães prosperaram nesta região.

16. Desenvolvimento Econômico e Urbano

Além de ocuparem a área rural, onde cultivavam café, milho, cana-de-açúcar, mandioca, arroz, feijão, e criavam bovinos e suínos, os imigrantes também se alojaram nos núcleos urbanos, onde desenvolveram o ofício de sapateiro, ferreiro, marceneiro, entre outros. Enquanto isso, Filadélfia ia se estruturando com escolas, comércio, tornando-se um ponto de encontro entre aqueles que iam e vinham. Em 1878, tornou-se município, adquirindo o novo nome de Teófilo Otoni, em homenagem a seu fundador. Porém, sua instalação só ocorreu três anos depois, com a criação da câmara municipal em 25 de março de 1881.

17. Vida Cultural e Social da Comunidade Alemã

Podemos entender que, desde o início da colonização, houve uma preocupação com a vida cultural e social da comunidade alemã. Isto nos prova a abertura de escolas e igrejas, a vinda de pastores, a apreensão e intolerância contra os alemães, que tiveram a igreja situada na Praça Germânica apedrejada e incendiada. Contudo, passada a guerra, a igreja foi reconstruída, só saindo de lá na década de 1950, quando um novo templo foi inaugurado em outro local.

18. O Ginásio Mineiro e a Praça Germânica

Outro importante prédio estabelecido na Praça Germânica é o Ginásio Mineiro, construído entre 1927 e 1928 pela Companhia de Construção Philadelphia, e que hoje abriga a CEMIG - Companhia de Energia de Minas Gerais. Depois de muitos anos de atuação, o Ginásio Mineiro passou por uma séria crise, pois os frades franciscanos locais fizeram uma campanha em favor de seu fechamento e pela abertura do Ginásio São José. Em 27 de fevereiro de 1943, frei Zacarias, de Belo Horizonte, comissário interino, comunicou a Dom José a assinatura do Decreto-Lei nº 898 a respeito da suspensão do Ginásio Mineiro de Teófilo Otoni. E em 1944, o governador Benedito Valadares mandou fechar o Ginásio Mineiro, passando o local a servir como quartel para o Exército Brasileiro, ali estabelecido entre os anos de 1944 e 1945, período correspondente à atuação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. No final da década de 1940, o Ginásio foi restabelecido no mesmo local, funcionando até a década de 1960. Em seguida, o prédio abrigou a Fundação Educacional Nordeste Mineiro, criada pela lei n°2584/61. Depois foi a vez da escola particular Theodolindo Pereira, de propriedade de Nazira Vieira de Almeida, ocupar o prédio. Por fim, na década de 1970, o Colégio Joaquim Portugal, já tradicional na cidade, teve sua sede na Praça Germânica. A Cemig adquiriu o prédio em 1982, mas foi somente em 1987 que começaram as obras de reforma para instalação da empresa.

19. A Praça Germânica como Espaço de Sociabilidade

Por causa da grande comunidade evangélica, a Praça Germânica sempre foi um local de encontro, comemorações e sociabilidade dos alemães. Mas ela atendeu também a todos os teófilo-otonenses e serviu de espaço público para eventos católicos. Desde seu início, era costume dos alemães se reunirem na praça para realizar a tradicional festa da colheita, um costume trazido do país natal, como lembra dona Dalva Neumann, descendente de alemães e presidente da ACDATO - Associação Cultural da Descendência dos Alemães em Teófilo Otoni. Esta festa era comemorada nos meses de julho ou agosto para agradecer a boa safra. Na ocasião, os colonos colocavam os frutos das colheitas no altar e também os expunham em barraquinhas para a venda.

20. Urbanização da Praça Germânica

Em 1956, quando da administração do prefeito Germano Augusto de Souza, aconteceu o Centenário da Colonização Alemã. Na oportunidade, a praça passou por um processo de urbanização, foram construídos canteiros e também o monumento ao imigrante. Porém, não foram encontrados documentos para comprovar a autoria do monumento, assim como do projeto de urbanização da praça.

21. Comemorações Religiosas na Praça

No ano seguinte, 1957, quando a Paróquia de Nossa Senhora Imaculada Conceição comemorou seu centenário, a Praça foi um dos locais escolhidos para a população se reunir. Com bandeirinhas, cantos, vias e fogos de artifício, os católicos recepcionaram a imagem da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, em passagem pela cidade.

22. Reforma da Praça Germânica em 2002

Em 2002, a Praça Germânica passou por nova reforma. Com projeto da arquiteta Sonia Neiva, houve mudança do calçamento, dos canteiros e também do monumento ao imigrante, que ganhou um novo pedestal em concreto revestido de pastilhas de cerâmica nas cores da bandeira alemã, ou seja, preto, vermelho e amarelo. Além disso, ele foi colocado no centro de um pequeno lago de concreto revestido de pastilhas de cerâmica brancas e pretas. Aos pés do pedestal, sobre uma base de concreto, foi inserida a seguinte inscrição: "Homenagem aos primeiros colonos alemães -

23. Homenagem aos Colonos Alemães

Especial ao Pastor Hollerbach, Arnd, Baldow, Behrend, Bormer, Brachwitz, Brauer, Braun, Busch, Dammasch, Doehler, Drechsel, Dupin, Feeser, Fiedler, Frans, Friecke, Froeder, Gade, Goekin, Goets, Goppe, Gundermann, Haueisen, Hirth, Hollerbach, Hoppe, Horn, Jordan, Junger, Keller, Kind, Kirsten, Klier, Koch, Knupfer, Krauser, Kunerth, Laender, Lamann, Lanchammer, Laube, Laubert, Laure, Leckebusch, Leonhardt, Liesner, Linden, Loesch, Lorens, Marx, Michaelsen, Mueller, Neumann, Paschke, Petzhold, Pfaff, Pfeiffer, Rausch, Reckter, Reichert, Roedel, Rohm, Rosenberg, Rothe, Rudolph, Sausmikat, Schaf, Schildt, Schimett, Schipfer, Schirmer, Schmalz, Schmidt, Schroeder, Schuette, Schulze, Schutz, Seifert, Seilert, Seldmayes, Sirau, Sommerlater, Starich, Steimbach, Thomas, Tiede, Trost, Vogel, Warnbulhen, Werberling, Wittig, Wnuck, Wolff, Zichenrodt”. Porém, muitos destes nomes estão danificados e outros já nem aparecem mais.

24. O Monumento aos Imigrantes

A escultura do monumento continuou a mesma da época do centenário, e é uma homenagem aos primeiros alemães que chegaram a Teófilo Otoni. Ela apresenta a imagem de um jovem casal feita em pedra sabão, à direita está o homem segurando um machado na mão esquerda, seu braço direito está esticado apontando ao longe, à sua esquerda está a mulher com uma pequena criança nos braços.

25. Festividades na Praça Germânica

Durante o Sesquicentenário da colonização alemã, a praça foi palco de muitas festividades. Entre os dias 18 e 23 de julho de 2006 ocorreram apresentações musicais e de danças, cultos ecumênicos, pronunciamento de autoridades e a presença de barracas com comidas típicas da Alemanha. Já em outro evento, durante o bicentenário de nascimento de Teófilo Benedito Otoni, em 2007, a Praça Germânica abrigou a orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

26. Criação da ACDATO e Festa da Descendência Alemã

Em 2008 foi criada a ACDATO - Associação Cultural da Descendência Alemã em Teófilo Otoni, que tem como objetivos promover, estimular, divulgar, apoiar, pesquisar, incentivar e coordenar trabalhos e eventos relacionados a diversos aspectos culturais das sociedades alemã e brasileira e seus reflexos na formação de descendentes alemães. A ACDATO, juntamente com a Secretaria Municipal de Cultura, promove desde 2009 a ‘Festa da Descendência Alemã em Teófilo Otoni’, com o objetivo de divulgar e valorizar os costumes, a cultura, e a história da colonização alemã no Vale do Mucuri. Um dos locais escolhidos é a Praça Germânica, onde ocorrem exposições de artesanato, flores, mostra de fotografias e documentários, venda de comidas e bebidas típicas, apresentações musicais e de danças, desfile de roupas de época, além do concurso da rainha e da princesa da descendência alemã.

27. Eventos Culturais na Praça Germânica

A Praça Germânica também serve de local para apresentações de filmes, como aconteceu durante o concurso “Paisagens Mineiras” promovido pelo jornal O Estado de Minas em 2010. Além disso, no final de cada ano é realizado o já tradicional Concerto de Natal. Em 2010, o concerto completou sua 15ª edição e teve a participação do Coral Paulo VI, Coral dos Canarinhos de Petrópolis e Trio Amadeus. O evento é organizado por membros da CEMIG e outras pessoas da cidade como o Padre Luciano Lavall, que também é o regente do Coral Paulo VI.

28. Transformações no Entorno da Praça

Em meados do século XX, o entorno da Praça Germânica era marcado pelo prédio do Cine Metrópole e por casas residenciais. Atualmente, o prédio do cinema está ocupado pela Igreja Universal do Reino de Deus. Além disso, as casas residenciais deram lugar a lanchonetes, padarias, lotérica, copiadora, posto de combustíveis, lojas de roupas, centro de formação de condutores e uma escola.

29. A Praça Germânica na História de Teófilo Otoni

A Praça Germânica, este agradável e arborizado espaço, está inserida no dia a dia da história de Teófilo Otoni. Seus longos anos de existência apresentam inúmeras histórias, algumas tristes e violentas, outras alegres e festivas. Atualmente, além de um espaço público de lazer, a Praça é um ponto para a realização de eventos que promovem o resgate da memória dos nossos antepassados, e também um local de divulgação e valorização da cultura dos imigrantes e dos teófilo-otonenses.

30. Informações Gerais sobre a Praça Germânica

  • Município: Teófilo Otoni
  • Distrito: Sede
  • Designação: Praça Germânica
  • Localização: Praça Germânica, s/nº, bairro Centro
  • Subcategorias: Praças
  • Propriedade: Propriedade pública: Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni
  • Responsável: Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni
  • Acesso: Avenida Getúlio Vargas, Rua Francisco Sá e Rua Epaminondas Otoni
  • Situação de Ocupação: Própria

31. Histórico da Praça Germânica

A Praça Germânica faz parte da história de Teófilo Otoni desde a segunda metade do século XIX, quando foi criada a Companhia do Mucuri com o objetivo de tornar o rio Mucuri navegável, ligando-o a outras partes do Brasil e buscando, desta maneira, o desenvolvimento da região. O responsável por este empreendimento foi o político Teófilo Benedito Otoni, que também foi o fundador de Filadélfia, um povoado de ruas e praças planejadas.

32. Colonização e Desenvolvimento

Para garantir o progresso da região era preciso muitos trabalhadores, e Teófilo Otoni encontrou a solução elaborando um projeto de colonização que objetivava trazer para o Brasil imigrantes europeus. A grande maioria era formada por alemães que chegaram a partir de 1856. No Vale do Mucuri eles enfrentaram grandes dificuldades, mas ao mesmo tempo estavam dispostos a trabalhar na terra e progredir. Para o conforto espiritual dos colonos foi construída uma igreja luterana, pois a maioria professava a religião evangélica. O local escolhido foi uma espaçosa praça que ficou conhecida oficialmente como Praça Germânica, e popularmente como Praça dos Alemães. Não se sabe ao certo quando a praça ganhou esta denominação, provavelmente entre as décadas de 1860 e 1870, após a chegada dos alemães e a construção da igreja luterana em 1968.

33. Intervenções e Transformações no Século XX

No século XX, a praça passou por várias intervenções, acompanhando o desenvolvimento da cidade. Ela ganhou uma central de energia elétrica e um posto meteorológico. Em meados do século, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, a igreja luterana foi apedrejada e incendiada. Mas a população reconheceu o valor dos imigrantes e na década seguinte ergueram um monumento em homenagem ao centenário da imigração alemã.

34. O Monumento e sua Simbologia

O monumento é composto de um pedestal sobre o qual fica a imagem de um jovem casal feita em pedra sabão, à direita está o homem segurando um machado na mão esquerda, seu braço direito está esticado apontando ao longe, à sua esquerda está a mulher com uma pequena criança nos braços. A bonita homenagem aos imigrantes lembra a todos naquela cidade a força e a coragem de seus primeiros habitantes. Junto com a construção do monumento, a praça também ganhou canteiros, iluminação, bancos e calçamento. Isto favoreceu a realização de vários eventos no local, que até hoje continuam a acontecer e que buscam valorizar a cultura dos descendentes dos imigrantes alemães.

35. Reforma de 2002

Em 2002, a Praça Germânica passou por nova reforma. Com projeto da arquiteta Sônia Neiva, houve mudança do calçamento, dos canteiros e também do monumento ao imigrante, que ganhou um novo pedestal em concreto revestido de pastilhas de cerâmica nas cores da bandeira alemã, ou seja, amarelo, vermelho e preto. Além disso, ele foi colocado no centro de um pequeno lago de concreto revestido com pastilhas de cerâmica brancas e pretas. Na base do pedestal foram inseridos os sobrenomes de vários imigrantes.

36. Ocupação e Uso Atual da Praça

No passado, era marcante a presença do Cine Metrópole e de casas residenciais no entorno da Praça Germânica. Atualmente, o prédio do cinema está ocupado pela Igreja Universal do Reino de Deus. Além disso, as casas residenciais deram lugar a lanchonetes, padarias, lotérica, copiadora, posto de combustíveis, lojas de roupas, centro de formação de condutores e uma escola. Ocupando local de destaque na praça está o prédio da CEMIG, que foi construído em 1928 para abrigar o Ginásio Mineiro, depois serviu como quartel para o Exército Brasileiro entre os anos de 1944 e 1945. No final da década de 1940, o Ginásio foi restabelecido no mesmo local, funcionando até a década de 1960. Em seguida, o prédio abrigou a Fundação Educacional Nordeste Mineiro. Por fim, na década de 1970, o Colégio Joaquim Portugal teve sua sede na Praça Germânica. A CEMIG adquiriu o prédio em 1982, mas foi somente em 1987 que começaram as obras de reforma para instalação da empresa.

37. A Praça Germânica Hoje

A Praça Germânica, este agradável e arborizado espaço, está inserida no dia-a-dia da história de Teófilo Otoni. Atualmente, além de um espaço público de lazer, a praça é um ponto para a realização de eventos que promovem o resgate da memória dos nossos antepassados e também um local de divulgação e valorização da cultura dos imigrantes e dos teófilo-otonenses.

POSSUE DE TOMBAMENTO DO CONJUNTO PAISAGISTICO DA PRAÇA GERMANICA TROPILLO OTONE ANNAS GERAIS 24. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS 84/143

Fonte: Dossiê de Tombamento do Pontilhão à Rua Júlio Costa de Teófilo Otoni

Fonte: Arquivo Público Mineiro

Fonte: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/fotografico_docs/photo.php?lid=30151

Fonte: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/fotografico_docs/photo.php?lid=30150