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A Escravidão em Teófilo Otoni

Família Ottoni e a Escravidão no Vale Do Mucuri

Embora no passado, em nossa região tenha tido escravidão, a Família Ottoni foi, e é fundamental para esse processo, e hoje, para o apagamento do mesmo.

Capitão Leonardo (1832-1912)

Dono da fazenda Liberdade, se casou com Maria Leopoldina de Araujo Maia (filha de Joaquim José de Araujo Maia), foi Capitão da Guarda nacional, tem seu túmulo tombado, é nome de rua, além de cadeira na Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri, o seu túmulo é um dos dois únicos tombados em toda a região, ironicamente o outro é do Pastor Hollerbach, homem averso a escravidão.

Para obter esse tombamento, é necessário ser muito importante para aquela comunidade, e foi, fazendeiro, vereador, mantenedor do Hospital Santa Rosália, só que os historiadores de Teófilo Otoni com ligações com as famílias tradicionais ignoram, o fato do mesmo, ter enriquecido, e contribuído com dinheiro advindo da violência contra negros, ou seja, as benesses recebidas pelos brancos, eram as custas de vidas negras.

Teófilo Benedito Ottoni (1807-1869)

Fundador da cidade, alugou homens negros escravizados para auxiliar na construção da Estrada Santa Clara, além de ter escravizados em sua companhia de navegação e comércio. Trabalhou na refundação do Banco do Brasil, que serviu especialmente a senhores de escravos, seu irmão Christiano Benedicto Ottoni foi um ferrenho defensor dos escravocratas.

O Banco do Brasil foi criado em 1808, liquidado 20 anos depois e refundado em 1853, ou seja, já após a Lei Feijó, de 1831, que proibia o tráfico de escravos, mas ficou conhecida como “lei para inglês ver”, por não ter sido efetivamente cumprida. “Estima-se que mais de 900 mil africanos e africanas tenham sido importados por contrabando depois da proibição e mantidos ilegalmente como escravos, quando deveriam ser livres”, observa o levantamento. (Agência Brasil)

Dr. Manuel Esteves Ottoni (1825-1866)

Considerado o primeiro médico do Vale do Mucuri, ele ajuda a entender a mentalidade branca em nossa região, teve cerca de 100 pessoas escravizadas na fazenda Itamunhec. Foi assassinado em 1866 pelo sócio, a grande ironia aqui é que muitos dos que o admiram lamentam, ou seja, o mesmo homem que salvava vidas brancas, diminuia em muito as expectativa de vida dos negros, e os mesmos não se importam.

É Atualmente homenageado com nome, de rua, de escola no Marajoara, busto na Praça Tiradentes, além de ser patrono com a cadeira 11 no Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri.

Ana Amália (1825-)

Esposa de Manuel Esteves Ottoni, possivelmente umas poucas mulheres escravocratas conhecidas da região, foi mãe do ex-prefeito, e deputado Epaminondas Ottoni, é atualmente homenageada com nome de rua no Altino Barbosa.

Leonardo Esteves Ottoni (1832-1912):

Dono da fazenda Liberdade, foi Capitão da Guarda Nacional, vereador, homenageado é nome de rua no centro, além de patrono com a cadeira 23 no Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri, o seu túmulo é um dos dois únicos tombados em toda a região, ironicamente o outro é do Pastor Hollerbach, homem averso a escravidão.

Joaquim José de Araujo Maia (-1912)

Criador da fazenda Monte Cristo (que também escravizava), foi casado com Theodósia Cândida Vieira, suas filhas se casaram com os irmãos Capitão Leonardo e Manuel Esteves Ottoni. Seu escravizados que anteriormente estavam em Valença-RJ, foram responsáveis por parte da criação da Estrada Santa Clara.

Tentativa de Apagamento da Escravidão em Teófilo Otoni

No Livro Minha Rua Conta História, o único escravagista citado é Joaquim José de Araujo Maia, criador da fazenda Monte Cristo, uma das três principais, porém é omitido o Leonardo Esteves Ottoni, seu irmão Manuel Esteves Ottoni, e Ana Amália (esposa), está última colocada como uma mulher guerreira que criou os filhos sozinha, e que foi vítima dos ataques indígenas, quando na realidade era a herdeira de uma fazenda escravocrata, que assim como os Otoni tinha sangue em suas mãos.

Herdeiros

“Epaminondas Esteves Otoni nasceu no Distrito de Filadélfia, atual Teófilo Otoni, na então Província de Minas Gerais, no dia 19 de setembro de 1862, filho de Manuel Esteves Otoni, médico, e de Ana Araújo Maia.

Provinha de tradicional família de políticos mineiros na qual se destacaram Teófilo Benedito Otoni, deputado geral (1838-1841, 1845-1848, 1861-1863) e senador (1864-1869) por Minas Gerais, fundador da vila de Filadélfia, que receberia seu nome; Cristiano Benedito Otoni, deputado geral por Minas Gerais (1848 e 1861-1864), senador pelo Espírito Santo (1879-1889) e senador por Minas Gerais (1891-1896), o padre Honório Benedito Otoni, deputado geral por Minas Gerais (1880-1883), e Carlos Honório Benedito Otoni, presidente do Ceará de 1884 a 1885 e deputado federal por Minas Gerais de 1900 a 1905”

Aristides Maia (1860-1903)

Filho de Joaquim José de Araujo Maia, nasceu na fazenda Monte Cristo, era filho de Maria Isidora Otoni de Araújo Maia, irmã de Teófilo Benedito Otoni, ajudando a identificar os laços entre eles.

Idealização de uma Teófilo Otoni Branca

Muitos pesquisadores tomam um susto quando descobre que Teófilo Otoni é uma nos livros, e outra totalmente na realidades, ao autores das famílias tradicionais, se negam a falar sobre os negros, priorizado os portugueses, alemães, suíços, libaneses, italianos e holandeses, colocando seu igual em representações como estátuas e bustos, além de nomes de ruas, avenidas, praças e bairros.

Ruas de Teófilo Otoni que homenageiam pessoas negras

É possível contar nos dedos o número de ruas de Teófilo Otoni que homenageiam pessoas negras, e é importante destacar que, somos 75% da população, inviabilizados na história, devida a nossa falta de acesso à educação, livros, recursos financeiros.

Teófilo Otoni foi constituída por pessoas brancas, descendentes de alemães, português, italianos, e também libaneses, que tinham acesso a terras, poder político e econômico, além de serem donos da mídia, ou seja, todo esse acesso estava na mão de um grupo de homens, que para se manter, casavam seus filhos e filhas com pessoas com boas condições financeiras, ou com alto nível de educação, fazendo assim laços políticos, econômicos e sociais, contribuído para manter a qualidade de vida dos seus iguais, em detrimento do restante da população.

Esses mesmos indivíduos exploraram a mão de obra negra em diversos momentos, de forma direta ou indireta, através da escravidão, dos agregados rurais, trabalho em fazenda com salários miseráveis, trabalho doméstico (muitas vezes em troca de casa e comida), construção civil, etc. Para além dos massacre indígenas, muitos trabalharam em fazendas, trocando por baixos salários, além de comida, cachaça e fumo.

O "agregado", figura relativamente comum em tempos mais antigos, nas pequenas ou médias propriedades rurais dedicadas à agricultura de subsistência, era um trabalhador rural que residia na propriedade do agricultor, dispondo de uma moradia e de um espaço para o cultivo para si, e que prestava serviços para o proprietário quando solicitado, notadamente nos períodos de plantio e de colheita das safras.

Casamentos Entre a Elite

O casamento por amor não é algo tão comum como pensamos, entre os mais pobre foi, e ainda é uma forma de ter uma qualidade de vida um pouco melhor, entre as familias tradicionais, um esforço para criar laços, e manter o nivel de vida daquela familia, e o dominio politico, economico e social, e evitar a todo custo a misigenação. A grande quebra em Teófilo Otoni se dá pelas descedentes que foram para o Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, diminuido o sua influencia, embora detenham as riquezas.

Leonardo Esteves Ottoni e Maria Leopoldina de Araujo Maia (Fazenda Liberdade)

  1. Virginia Esteves Ottoni Casou com Martiniano Guedes.
  2. Edwiges Esteves Ottoni Casou com Dr. Antônio Jacinto Pimenta (Politico)
  3. Marina Esteves Ottoni Casou com Mj. Turíbio José Álvares (Ex-Prefeito)
  4. Theodósia Esteves Ottoni Casou com Dr. Reinaldo da Silva Porto Primo (advogado, juiz municipal e fazedeiro)
  5. Etelvina Esteves Ottoni Casou com Dr. Vital Soriano (Promotor de Justiça)

Manoel Esteves Ottoni e Ana de Araujo Maia (Itamunhec)

  1. Onofre Esteves Ottoni (Juiz de Direito nomeado para Leopoldina - nome de rua)
  2. Aurora Esteves Ottoni (Se casou com o 2º Barão do Rio das Flores - Mizael Vieira Machado da Cunha)
  3. Otávio Esteves Ottoni (Foi Presidente da Câmara dos Deputados de MG - nome de rua)
  4. Olímpia Esteves Ottoni (Casou-se com Dr Horácio Rodrigues Antunes, Engenheiro e Explorador de ouro)
  5. Leticia Esteves Ottoni
  6. Epaminondas Esteves Ottoni (Deputado federal 1906-1920)
Fontes:

https://www.camara.leg.br/deputados/74105

https://www.camara.leg.br/deputados/74105/biografia