Comunidade Itamunhec
Comunidade Itamunhec é uma comunidade localizada na Zona Rural do município de Teófilo Otoni, Vale do Mucuri, Minas Gerais.
História da Comunidade Itamunhec
Origem do Nome: Palavra Indígena para o córrego local, em referência a grande quantidade pedras existentes na região.
Localização: Comunidade Itamunhec ou Itamunheque é uma comunidade localizada na Zona Rural do distrito de Teófilo Otoni no município de Teófilo Otoni, Vale do Mucuri, Minas Gerais.
Origem: A região era habitada originalmente por etnias indígenas, após o processo de colonização do Mucuri é aberta duas das três grandes fazendas de base escravagista da época, de nome Itamunhec no ano 1854, até 1866 Manuel Esteves Ottoni era o dono, após sua morte, sua esposa Ana Amália (1825-1889) assumiu a escravização de pessoas negras, e a Monte Christo de José Joaquim de Araújo Maia Jr.
A Fazenda Itamunhec e a Escravidão Negra
Manuel Esteves Ottoni (1825-1866)
O Dr. Manuel Esteves Ottoni é considerado o primeiro médico do Vale do Mucuri, ele ajuda a entender a mentalidade branca em nossa região, teve cerca de 100 pessoas escravizadas na fazenda Itamunhec. Foi assassinado em 1866 pelo sócio, a grande ironia aqui é que muitos dos que o admiram lamentam, ou seja, o mesmo homem que salvava vidas brancas, diminuia em muito as expectativa de vida dos negros.
Em 1857 foi Criada em Philadélphia a primeira escola, criada por Dr. Manoel Esteves Ottoni, na sua fazenda Itamunheque, onde ele foi professor, o espaço foi dedicado aos filhos dos colonos brancos.
Ana Amália (1825-1889)
Esposa de Manuel Esteves Ottoni, e filha do também senhor de escravos José Joaquim de Araújo Maia possivelmente umas poucas mulheres escravocratas conhecidas da região, foi mãe do ex-prefeito, e deputado Epaminondas Ottoni, até a sua última carta enviada é relatado os constante ataques indígenas, evidenciando a luta em função da invasão de suas terras.
A Fazenda Monte Christo e a Escravidão Negra
Apenas 5km da Fazenda Itamunhequec estava localizada a Fazenda Monte Christo, beirando a estrada que viria passar a Bahia-Minas.
Joaquim José de Araujo Maia Junior (1825-1912)
Criador da fazenda Monte Cristo, filho do Capitão Joaquim José de Araujo Maia e Theodósia Cândida Vieira, se casou com Maria Isidora Ottoni de Araújo Maia (irmã de Theófilo Benedicto Ottoni e Christiano Benedito Ottoni), suas irmãs se casaram com os irmãos Capitão Leonardo (Maria Leopoldina de Araújo Maia) e Manuel Esteves Ottoni (Ana Amália de Araújo Maia). Seu escravizados que anteriormente estavam em Valença-RJ, foram responsáveis por parte da criação da Estrada Santa Clara.
Ferdinand Schroeder (1846-1909)
Ferdinand Schroeder foi um alemã de posses que imigrou para o Brasil em 1870, e que adquiriu a Monte Cristo, sim, alemães que escravizaram pessoas negras em Teófilo Otoni.
Em um período bastante curto, aconteceram dois assassinatos de homens negros contra feitores na fazenda do imigrante alemão Fernando João Schroeder (ex-Ferdinand), que chegou a ser Tenente Coronel da Guarda Nacional, além de vereador.
Estrada de Ferro Bahia-Minas
A Estrada de Ferro Bahia-Minas chegou em Teófilo Otoni em 1898, foi aproveitado parte da Estrada de Rodagem Santa Clara. Na região de Itamunheque existiu três Pontos de Embarque e desembarque de cargas e passageiros, todas demolidas, Cantinho, – Casas Turma 36 (ainda existe) – Itamunheque e Planície (comunidade próxima).
Assentamento Mãe Espesrança
Desde 2004 existe o Pré-Assentamento Mãe Esperança do MST/INCRA, com pelo menos 60 famílias, em uma área de 2136,673km², o presidente Lula, em abril de 2007, criou oficialmente o assentamento 'Mãe Esperança de Itamunheque', em 2015 foi criado a “Associação dos Agricultores Familiares do Vale do Mucuri — Associação Mãe Esperança de Teófilo Otoni”, também existe a Associação dos Acampados e Posseiros da Fazenda Itamunhec (ASPOFITO) criada em 2013, por ser uma fazenda originalmente dos Ottoni, e escravista, tinha, ou melhor, tem grandes extensões de terra.
Devido os 20 anos de espera para a posse da terra, existem conflitos na região, muitas pessoas venderam terras, e foram embora, devido a não titularidade da terra, e quem comprou corre risco da perder as mesmas.
Tribo Indígena Maxakali (Tikmũ’ũn)
Os indígenas Maxakali que fundaram a Aldeia Escola Floresta (Yãy Hã Mĩy) viviam, antes, na Aldeia Verde, no município de Ladainha, de onde migraram em função de conflitos que decorreram, principalmente, da alta concentração populacional na localidade. Em virtude disso, cerca de dois terços de sua população deixaram a aldeia em junho de 2020, passando por situações de grande vulnerabilidade em busca de um novo território.
Formam hoje uma população de quase 3 mil pessoas, vivendo em aldeias em Santa Helena de Minas, Bertópolis, Ladainha e Teófilo Otoni. Na madrugada do dia 28 de setembro de 2021 uma comunidade de quase 400 pessoas chegou na região, a terra pública do Estado de Minas estava cedida para construção de um campus do Instituto Federal do Norte de Minas, porém abandonada.
Devido o desmatamento, a água poluída, os indígenas ainda sofrem com a falta de alimentos, além de árvores para produzir roupas, artesanato, tintas. Hoje existe o trabalho de recuperação do rio, além da plantação de mudas frutíferas como parte do reflorestamento, além da plantação da mandioca, inhame e Banana.
Turismo e Cultura
Economia: A região era conhecida pela grande produção de cenouras, em 2023 surgiu a ideia do Festival da Goiabas, em contraposição do Festival da Cenoura, isso se deu pela queda da produção. No Assentamento existe a agricultura familiar
Cultura: Os Indígenas Maxakali (Tikmũ’ũn) tem a produção de artesanato, roupas etc. além de filmes com Isael e Sueli Maxakali que são reconhecidos internacionalmente, além da sua própria língua AX Xalti, sem contar o canto entoada pelas mulheres. Ao lado da escola existe o Centro Comunitário ao lado da Escola Municipal Oscar João Kretli.
Educação A região tem também várias Cavalgadas, Festival da Goiaba, é parte da Rota Bahia-Minas, tem uma cachoeira, além da Pedra de Itamunhec
Educação Escola Municipal Oscar João Kretli - Anexo Itamunheque, e uma estadual na Aldeia Escola Floresta
Mapa da Comunidade Itamunhec
Fontes: