Sistema Agrícola Tradicional de Apanhadoras e Apanhadores de Flores Sempre-Vivas em Minas Gerais
O Sistema Agrícola Tradicional das Apanhadoras e Apanhadores de Flores Sempre-Vivas compreende um conjunto de saberes desenvolvidos por comunidades tradicionais territorializadas na região da Serra do Espinhaço Meridional, que historicamente desenvolvem, em interação com os diversos ambientes, um modo de vida estruturado no cultivo de plantas, na criação de animais e no manejo de recursos naturais, dentre os quais as flores sempre-vivas. Tal estrutura é conformada por um extenso conteúdo de saberes e de técnicas tradicionais, de práticas culturais e de modos de organização sócio-políticos, além de celebrações, rituais, expressões culturais e lugares de referência. Em junho de 2023, o Sistema Agrícola Tradicional das Apanhadoras e Apanhadores de Flores Sempre-Vivas foi declarado patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais.
O Sistema Agrícola Tradicional das Apanhadoras e Apanhadores de Flores Sempre-Vivas compreende um conjunto de saberes desenvolvidos por comunidades tradicionais territorializadas na região da Serra do Espinhaço Meridional, que historicamente desenvolvem, em interação com os diversos ambientes, um modo de vida estruturado no cultivo de plantas, na criação de animais e no manejo de recursos naturais, dentre os quais as flores sempre-vivas. Tal estrutura é conformada por um extenso conteúdo de saberes e de técnicas tradicionais, de práticas culturais e de modos de organização sócio-políticos, além de celebrações, rituais, expressões culturais e lugares de referência. Em junho de 2023, o Sistema Agrícola Tradicional das Apanhadoras e Apanhadores de Flores Sempre-Vivas foi declarado patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais.
O Sistema Agrícola Tradicional de Apanhadores(as) de Flores Sempre-Vivas é desenvolvido por comunidades tradicionais que vivem na porção Meridional da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, cujo modo de vida diferenciado está fundado em estruturas produtivas e de manejo que envolvem agricultura, criação de animais e manejo do cerrado. Nesta estrutura que conforma o SAT, a coleta das flores e dos botões de Sempre-vivas torna se central, uma vez que é de grande importância, dentre outros, para a reprodução social e a constituição da identidade coletiva desses grupos. O mecanismo de proteção permitirá a salvaguarda do sistema agrícola, que é compreendido pelo conjunto de saberes e das celebrações, rituais e expressões culturais das comunidades da porção meridional da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais.
A decisão, além de ressaltar a importância cultural de práticas transmitidas por gerações, vai beneficiar cerca de 20 comunidades localizadas nos municípios de Diamantina, Couto Magalhães, Olhos D´Água, Presidente Kubitscheck, Buenópolis, Serro e Bocaiúva. O registro de patrimônio imaterial é mais uma conquista que se soma à entrega do selo de Sistema Agrícola Tradicional de Importância Mundial (Sipam), realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A cerimônia aconteceu em Roma, no dia 22 de maio de 2023. O sistema agrícola dos apanhadores de sempre-vivas é o único do Brasil a receber esse reconhecimento da FAO/ONU. E a partir de agora a região de Minas Gerais, onde a prática agrícola acontece, está ao lado do corredor Cuzco-Puño, no Peru, e do arquipélago de Chiloé, no Chile, formando a lista dos três únicos da América Latina contemplados com o selo Sipam. Além da coleta das flores, as comunidades realizam outras atividades produtivas que garantem a complementação de renda, segurança econômica e alimentar, como roças, criação de animais e coleta de produtos do agroextrativismo, a exemplo de frutos e plantas medicinais.
Outra característica do Sistema Agrícola Tradicional dos Apanhadores de Flores Sempre-Vivas é a “transumância”, que envolve o deslocamento de grupos familiares da parte baixa da Serra do Espinhaço, onde se concentram as residências, as produções agrícolas e quintais agroflorestais e os espaços de criação, para a parte alta onde são desenvolvidas as atividades de manejo da flora nativa e a pastagem do gado, passando por um período de vivência nas lapas e ranchos das chapadas. Esse deslocamento, feito em diferentes elevações, que vão de 600 a 1.400 metros de altitude, é realizado para o desenvolvimento das distintas atividades produtivas dentro do ciclo anual por toda a extensão dos territórios, o que configura um complexo sistema de conhecimentos dos diferentes ambientes naturais da cordilheira. Para Jovita Correia, uma das representantes da comunidade de apanhadoras de flores, esse momento possui um significado importante de reconhecimento e preservação da tradição.
“Eu espero que essa força seja uma força para continuar na nossa caminhada e na nossa luta que nós estamos há bastante tempo. Mas nós cremos que essa luta continua, mas nós também continuamos de mãos dadas para que essa luta tenha um fim. É muito prazer que nós temos quando falam que nós representamos e quando falam quem eu sou, a Jovita lá da Mata dos Crioulos que é território dos quilombolas, sou guardiã das sementes, eu gosto muito quando vão me visitar lá no meu cantinho, no meu esconderijo, gosto muito de receber minhas visitas lá e gosto de trocar as ideias, as histórias da comunidade, o que foi, o que é, o que está sendo.”
Localização
Serra do Espinhaço Dossiê SAT Apanhadores(as) de Flores Sempre-Vivas
Fonte: